Com coronavírus, Presidente da Associação da Nova Brasília pede que moradores fiquem em casa

O coronavírus vem avançando para dentro das comunidades e cada vez mais pessoas do nosso convívio social tem apresentando sintomas deste vírus. Agora os doentes têm nome e sobrenome conhecidos e mesmo assim, infelizmente ainda falta um pouco mais de consciência dos moradores na hora de seguir as recomendações da (OMS) Organização Mundial de Saúde.

No Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, a Nova Brasília continua sendo um ponto de aglomerações e muitas lojas de serviços não essenciais continuam com suas portas abertas. Na última semana, o presidente da Associação de Moradores da região, Marcos Valério Alves, de 52 anos, conhecido por todos como Marquinho, foi diagnosticado com Coronavírus. Muito conhecido na comunidade, marquinhos gravou um vídeo para alertar a população e emocionado, reforçou o pedido para que todos fiquem dentro de suas casas.

Marquinhos não está no grupo considerado de risco, porém tem histórico de tuberculose e relatou como foi os primeiros sintomas. “Comecei com muita febre no dia 9, e no dia 10 veio as fortes dores no peito, muita dor no pulmão, como se ele estivesse sendo espremido. Esses sintomas possivelmente aceleraram a velocidade do diagnóstico”.

Em recuperação e seguindo as recomendações médicas, o presidente da associação de moradores da Nova Brasília contou como está sendo esses dias de quarentena. “Apresentei melhoras, venho tomando os meus medicamentos, me hidratando e alimentando bem. As dores no pulmão estão fortes e incomodam bastante. Acabei de ser medicado e os efeitos devem vir nos próximos cinco dias, então ainda não sei o que esperar desses sintomas.”

Teste 3

Presidente da Associação ainda relatou a experiência do convívio familiar com filha pequena em casa e sua esposa que está no grupo de risco. “A família está boa, minha esposa é do grupo de risco, tem trombose no cérebro, acaba sendo uma atenção redobrada. É um isolamento social dentro de outro, foi uma mudança brusca de rotina dentro e fora de casa. Sinto falta da agitação do dia a dia, até das reclamações do pessoal para resolver algum problema na comunidade.

O líder comunitário também expressou preocupação em relação as pessoas que não estão acreditando na realidade atual. “O povo precisa acreditar, é sério, faço esse apelo para todos. Fui muito criticado pela exposição que fiz de mim mesmo, de falar como os sintomas são graves, mas era meu dever, na verdade é o nosso, como liderança comunitária. A doença chega em qualquer pessoa e precisamos tratar com seriedade. Acho que o fechamento parcial do comércio foi importante para tentar amenizar a contaminação. Infelizmente aconteceu comigo, uma pessoa pública da região, e é importante eu estar aqui falando sobre esse assunto para as pessoas acordarem um pouco para esta realidade.”

Marquinho, que desde o diagnóstico só saiu de casa para realizar o tratamento médico deixou um apelo para a comunidade. “Se alguém me viu na rua, o errado não sou eu. As pessoas que deviam estar dentro de casa! É necessário tratar com coerência e prudência, é uma doença sem discriminação. Quem vê cara não vê covid19. O morador tem que se resguardar, sair só em caso de urgência, ter consciência coletiva, de pensar no próximo. Aos poucos alguns já estão tendo essa percepção.”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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