O Teatro Mário Lago, uma das poucas opções de lazer da Vila Kennedy, Bangu, vai ganhar cara nova. O espaço que estava abandonado desde sua inauguração teve seu equipamento cultural vistoriado pelo Secretário de Estado de Cultura, Leandro Monteiro, em visita realizada no ultimo sábado (24/03), e ganhou apoio do governador Pezão que autorizou uma reforma imediata com liberação de verba para que as obras aconteçam o quanto antes.
O teatro leva o nome do ator, poeta e compositor carioca Mário Lago, e estreou em 1979 a partir da movimentação da própria comunidade e ficou sob a administração da Associação de Artistas da Zona Oeste, mas não por muito tempo, já que os custos para a produção de espetáculos eram muito altos. Durante a década de 80, o espaço teve seu maior momento de glória tendo programações intensas e lotação esgotada, chegando a receber grandes nomes do porte de Sérgio Britto, Blecaute, Zezé Motta e encenações de textos de grandes autores como Martins Penna, Chico Buarque, Ruy Guerra e Maria Clara Machado.
Em tempos de abandono de espaços culturais, a reforma do Teatro Mario Lago apresenta uma luz no fim do túnel para a crise cultural que assola a cidade mediante as questões políticas e a violência.
Teste 3
“O funcionamento pleno do Teatro Mário Lago é muito simbólico em relação ao processo de recuperação do Rio, por estar localizado na região onde a intervenção federal de segurança começou. Enquanto as tropas federais garantem a segurança, é dever da Secretaria de Cultura se fazer presente nas áreas conflagradas, tirando crianças e jovens das ruas e ocupando o seu tempo com atividades culturais e cursos de formação”, afirmou o Secretário Leandro Monteiro.
Com o aumento da violência na Vila Kennedy a programação veio diminuindo consideravelmente, e nos últimos anos as atividades ficaram restritas as intervenções apresentadas pelo MODU (Movimento Desenvolvimento Urbano), um coletivo artístico surgido na região.
Com 39 anos de atividade, o Teatro Mário Lago segue oferendo uma programação intimamente ligada à comunidade, privilegiando a manutenção de cursos e oficinas, shows de música e espetáculos teatrais. Atualmente, a maioria dos espetáculos tem um valor simbólico, entre R$ 10 e R$ 15, o que costuma lotar os 310 lugares do espaço.
Matéria: Jefferson Brunner