Segundo estudo, mais de 5 milhões de crianças e jovens estão fora da escola

Pandemia piorou cenário de desigualdade na educação brasileira

Foto: Ricardo Cassiano

A pandemia da Covid-19 agravou as desigualdades existentes no país e mudou a rotina de milhões de brasileiros. Crianças e jovens passaram a estudar em casa devido ao fechamento das escolas. No entanto, muitos não conseguiram manter os estudos ou sequer começar a estudar por diferentes razões.

A falta de internet e de um lugar adequado para estudar com o mínimo de estrutura costumam ser os principais motivos. Recentemente, o UNICEF, em parceria com o CENPEC Educação, lançou o estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia de Covid-19 na Educação, que revela dados preocupantes. 

Teste 3

Nos últimos anos, o Brasil vinha avançando na garantia de acesso à educação para crianças e jovens. A quantidade de meninas e meninos de 4 a 17 anos nas escolas estava em crescimento entre 2016 e 2019. Mas, com a chegada do novo coronavírus, o cenário mudou drasticamente. Mesmo que já houvesse uma exclusão escolar nesse período (1,1 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar obrigatória fora da escola), a situação se tornou ainda mais urgente.

Em novembro do ano passado, eram mais de 5 milhões nesse contexto de exclusão escolar. Segundo o UNICEF, 40% desse número correspondiam a crianças de 6 a 10 anos. “Faixa etária em que a educação estava praticamente universalizada antes da pandemia”, como consta no estudo, que também aponta que os mais afetados com a exclusão escolar são crianças e jovens indígenas e negros.

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pardos e pretos formam o grupo de pessoas negras. A realidade é tão preocupante que o país poderá regredir em mais de duas décadas no acesso à educação. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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