OPINIÃO | Vila Kennedy: um “bairro de merda”

Artigo de opinião:

Abandonados desde sua remoção, moradores de Vila Kennedy sofrem com a falta de serviços básicos: para eles não há Saúde, Educação e Segurança. Completando o triste roteiro de filme holywoodiano, uma jogada política transformou a comunidade em bairro, não para que investimentos chegassem a essas sofridas terras, e sim para que moradores fossem mais uma vez explorados com altíssimas cobranças de impostos. Um grande exemplo é o IPTU (Vila Kenendy sempre foi isenta do imposto): famílias pobres, com casas humildes, avaliadas em no máximo R$25.000 reais, estão sendo obrigadas a pagar R$600 em imposto.

Uma comunidade onde falta de tudo, onde pessoas morrem por não conseguirem atendimento em uma UPA 24h, idosos e crianças têm dificuldades em serem acompanhadas no posto e na Clínica da Família por falta de investimentos da prefeitura; uma comunidade com um CVT (Centro Vocacional Tecnológico – FAETEC) fechado, sem nunca ter formado nenhum jovem; uma Vila Olímpica totalmente sucateada, sem condições de oferecer práticas esportivas; uma comunidade que sofre com a falta de professores e vagas em escolas públicas; uma comunidade sem uma área de lazer em perfeito estado de conservação; uma comunidade em que seus moradores sofrem com a falta de energia quase todos os dias; uma comunidade em que moradores carregam latas d’água na cabeça, em pleno século 21; uma comunidade onde o esgoto brota de suas calçadas formando um grande “rio de merda” em quase todas as ruas, e os moradores, desesperados, festejam alegremente a chegada do caminhão de desentupimento de esgoto, pois é o único serviço que chega por essas abandonadas terras.

Precisamos de obras de infraestrutura que resolvam esse “rio de merda” no que se tornou o bairro de Vila Kennedy.

Teste 3

Por: Voz da Vila Kennedy

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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