O que é felicidade? Primeiramente pelo fato de ser algo subjetivo e metafísico, ou seja, sujeito a infinitas formas de se sentir e de se definir, já digo de antemão que defini-la não cabe à criatura humana em toda a sua humana existência, contudo, darei minha definição como muitos filósofos insistem na crença equivocada de que conseguiram tal feito sob as fôrmas da razão, e antes que a antipatia floresça no teu coração é claro que eu não me considero filósofo e nem mesmo algo equiparável a um, se esta desconfiança banal veio à toda apenas por que se tem um preconceito no Brasil com quem se dispõe a externar opiniões, saiba que me considero alguém comum e nada além de você, e ainda que eu não acredite na definição plena deste termo, creio nas aproximações sob a luz da lógica àquilo que se sente de mais generalizado no cerne dos peitos quando o assunto é felicidade, portanto, aqui fica minha humilde definição: Felicidade é o potencial de ação.
Ação é um aspecto relevante desta definição, nossa vida é permeada de ações, ações são fruto da vontade, a vontade é fruto da necessidade e a necessidade é fruto de um sentimento, seja no campo da emoção (Ex: Solidão) ou no campo biológico (Ex: Fome). Os dois campos, o biológico e o emotivo são obviamente campos concernentes à felicidade, onde ela se traduz das mais diversas formas por meio de ações nestes campos… Seu corpo, suas notas, seus relacionamentos e muitos outros fatores se situam em campos distintos da felicidade, que ao serem somados e subtraídos, de acordo com relevância final que você atribui separadamente à cada um deles, dá por fim o resultado de sua felicidade, se muita ou pouca, um resultado que depende do seu cotidiano, fatores externos, sorte e personalidade.
Contudo, o termo ação nesta definição ainda aborda outra coisa, quando falamos em ação remetemos a um verbo, qualquer verbo, o verbo possui um tempo, então toda ação possui um espaço de tempo, e por que este espaço de tempo é preponderante? Por que há em nosso dia a dia momentos em que nos encontramos diante do ócio, o ócio é a conseqüência do excesso de tempo e da ausência de ação, cabe então, ainda mais nos dias de hoje tão ricos em televisão, celulares e computadores nos submetermos à distração, assim, evitamos uma coisa muito importante e que na grande parte das vezes nos faz tristes, me refiro ao momento que você tem consigo mesmo.
Teste 3
Ao avaliar quem és, o que queres, as incertezas do futuro, os erros que cometestes no passado e os riscos das decisões que estais prestes a tomar, te verás imerso em um mar de dúvidas permeado por enormes cardumes de melancolia. Mas, por que o ócio e o momento que você tem consigo mesmo são relevantes para a definição do conceito de felicidade? Bem, sabemos que ação pressupõe tempo e exclui o ócio, exclui desta forma qualquer eminente possibilidade de você conviver consigo mesmo, ou seja, no momento em que você está a agir, você não está em si, você deixa de ser si próprio, deixa de se perceber, pois está entretido com a ação, e é impossível não se entreter com ela, pois toda ação é uma prisão, visto que ela sempre pressupõe uma causa e inevitavelmente haverá um efeito e, este efeito lhe é uma responsabilidade.
Portanto, quando você está a agir, está a se esquecer daquilo que é, e se esquecendo daquilo que é, logo se encontra feliz. Todavia, lembremos que o conceito por inteiro é potencial de ação, e o termo potencial é também de ordem muito relevante. Se você está a estudar, muitas vezes apesar de estar agindo, encontra-se entediado, e isto lhe causa tristeza, no entanto, observa-se claramente que o ato não está a ser produzido da maneira certa, e a qualidade deste ato e de qualquer ação pode ser constatada com base no desprendimento que você tem do seu eu enquanto efetua certa ação, logo, neste caso, você estuda sem potencial, pois não consegue desprender-se de você, de seus problemas, do que tem para fazer amanhã, da piscada que a garota que você gosta te deu hoje na cantina e por ai vai.
Por conclusão, como foi dito anteriormente que a ação é uma prisão, pois ao ter-se dado início a uma causa inevitavelmente tu serás vítima de um efeito, temos que a única ação que lhe causará felicidade pela certeza de um efeito benéfico é aquela em que você se encontra totalmente desprendido de si próprio, sem estar a par de suas falhas, mas segurando as rédeas de seu progresso. Portanto, felicidade é potencial de ação, quanto maior o potencial, mais bem empregada por ti é a ação, quanto mais bem empregada a ação, mais se desprendemos de nosso eu interior, e quanto mais desprendidos estamos de nós, mais evitamos a angústia de testemunharmos as dores de nossa existência.