O Voz das Comunidades vem a público, solidariamente a sua comunidade, manifestar seu pesar e indignação por conta da perda, esta semana, da estudante de Artes da UERJ Matheusa Passareli Simões Vieira, carinhosamente chamada de Theusinha. Acrescentamos, ainda, que se torna inadmissível qualquer comentário preconceituoso feito por simpatizantes dessa atrocidade.
A estudante de Artes Visuais, que se definia como não binária – ou seja, nem homem nem mulher –, foi assassinada e seu corpo, aparentemente queimado em uma favela do Rio de Janeiro, como confirmou a Polícia Civil na última segunda-feira (7).
Em uma rede social, a irmã da vítima, Gabe Passareli, fez o comunicado oficial da execução: “Sinto muito. Há uma semana atrás recebemos a notícia que minha irmã tinha desaparecido ao tentar sair de uma festa no bairro Encantado, Piedade, Rio de Janeiro. Quando estávamos em São Paulo, Matheusa havia comentado sobre esse trabalho que ela tinha para fazer na festa, que seria uma tatuagem na aniversariante. O processo-performance de tatuagem não aconteceu e, como noticiamos no domingo passado, a Matheusa saiu do evento e não voltou mais. Quanto ao que aconteceu no evento em si, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros está recebendo os depoimentos dos que estavam presentes.”
Teste 3
“Segundo o levantamento, obtido pelo GLOBO, a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da ‘LGBTfobia’, o que faz do Brasil o campeão mundial desse tipo de crime.
A causa das mortes registradas em 2017 segue a mesma tendência dos anos anteriores, predominando o uso de armas de fogo (30,8%), seguida por armas brancas cortantes, como facas (25,2%). Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se mais homossexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBTs”, informou matéria d’O Globo, este ano.
Diversos artistas, em sua maioria LGBTs, prestaram homenagens à Matheusa. A cantora trans Raquel Virgínia, também compositora e uma das fundadoras da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, disse em uma rede social: “Há cerca de dois anos um homem ameaçou me matar e queimar meu corpo depois de uma festa na quadra da Mangueira no Rio. Quando li a história da Matheusa (eu não conhecia ela) que foi assassinada queimada, imediatamente pensei em quantas vezes nossas histórias são marcadas por violências extremas, por traumas.”
Por fim, fica a seguinte pergunta: quantos mais terão que morrer? Quantas Marielles e Matheusas terão que partir para a raça humana tomar conhecimento do quão errado é propagar qualquer ato preconceituoso? Não dar somente valor à própria vida, mas também a do próximo. A vida de um LGBT é repleta de ofensas e agressões desde a infância. Sente, converse, entenda: essa é uma das melhores forma de você não continuar reproduzindo a homofobia na sua vida.