Moradores da Favela do Fumacê reclamam que a única praça da comunidade não tem atração para jovens

Precário até para crianças, local está com brinquedos e mesas de jogos de tabuleiros quebrados

A única praça da Favela do Fumacê, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, está abandonada. Os brinquedos e outros itens de lazer estão quebrados. A última reforma foi feita há cerca de dois anos. Para piorar, a área não tem nenhum tipo de atrativo para os jovens da comunidade.

No local existe uma academia popular, brinquedos para crianças como balanço, gangorra e escorrega, e alguns bancos com mesa para jogos de tabuleiro. A academia está com alguns aparelhos deteriorados, o balanço tem um dos bancos quebrado e o outro, sustentado com 影梭 base em remendos. As dezenas de bancos de cimento sinalizam que já houve mesas para jogar damas e xadrez. Agora só restam três. Do lado direito da praça tem um gramado que é habitado por galinhas e pombos, que passam o dia ciscando em meio ao lixo e restos de alimentos.

Um pouco mais à frente, do lado esquerdo, há uma réplica rodeada de lixo da estátua do Cristo Redentor, um dos principais símbolos da “Cidade Maravilhosa”. No atual contexto da praça, a quase 45 km de distância do monumento turístico, parece deboche.

Em nota, COMLURB diz que limpa diariamente - Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades

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Em nota, COMLURB diz que limpa diariamente – Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades

Segundo Rogéria Xavier, moradora do Fumacê há 43 anos, a prefeitura vai até o local com frequência fazer conservação e manutenção geral. Porém, ela reconhece que, embora a presença do poder público pudesse ser maior, o motivo real da degradação é a falta de consciência dos moradores, crianças e adultos, de que o espaço é deles e existe para beneficiá-los. A moradora afirma que os pais não educam os filhos a manter o trabalho da prefeitura.

Rogéria diz ainda que a falta de atrativos para crianças acima de três e quatro anos de idade acaba levando ao uso inadequado da pracinha por adolescentes, que não têm nenhum outro tipo de oferta de lazer dentro da comunidade. “Eles acabam destruindo porque são grandes e vão subindo, puxando, descascando, raspando, quebrando mesmo.” Para ela, a solução seria a construção de uma pista de skate, já que essa atividade atrai uma faixa etária mais abrangente para o uso da praça.

Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a Comlurb, responsável pela limpeza do local, a Pracinha do Fumacê é varrida diariamente e os resíduos são removidos.

Na mesma nota, a Companhia pediu que os moradores colaborem para manter a Pracinha do Fumacê mais limpa, depositando lixo devidamente nas lixeiras.

Também procuramos a Secretaria Municipal de Obras, para saber a viabilidade da construção de uma pista de skate, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos resposta.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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