Mais rodas culturais, menos tiros na Cidade de Deus

Em dezembro do ano passado o músico Roque Lucas junto com o DJ Caio Augusto, criaram a Roda Cultural da Cidade de Deus, na praça do Lazer. O objetivo é movimentar a praça e disseminar a cultura hip hop a partir dos seus elementos, um deles é o rap. Já na sua 47o edição a Roda Cultural, segundo os organizadores, que acontece todas às quintas-feiras, reúne cerca de 300 a 500 jovens na praça, o público são moradores e também pessoas de outros bairros.

“Todas as quintas-feiras não há operação policial na CDD, foi um trato que fizemos com a Nilcimar Nogueira, secretária de cultura da prefeitura para não ter operação nesse dia da semana. Nesse dia não há troca de tiros na comunidade. Acredito que esse seja o grande impacto da nossa roda cultural”, conta Roque, que também tem um estúdio: o Beats by Favela, onde é oferecido aulas de produção musical por 40,00 reais mensais, os cursos são de beatmakers e DJ’s: “A meta é não cobrar nada, mas não temos como financiar as aulas ainda porque não há patrocinadores”, explica Roque.

Alguns nomes importantes da cena do rap nacional já estiveram presente na roda como, MC Choice, Daniel Shadow e a cantora Juié. O projeto da roda cultural de rap começou na Praça do Lazer e hoje já ocupa outros espaços. Roque Lucas que tem 19 anos também organiza junto com outros jovens a Roda do AP e a Roda Cultural da Taquara. Para entender um pouco mais sobre o trabalho desses jovens moradores da Cidade de Deus na cena nacional do rap, basta assistir o vídeo gravado em uma laje e disponível no site YouTube, o “Cypher Cidade de Deus – Casa Mata”, com 119.707 visualizações. Ocupando as praças, cantando, rimando e produzindo a juventude da CDD vive.

Teste 3

O que: Roda Cultural de Rap
Onde: Quadra do Lazer – Cidade de Deus
Quando: Quintas-feiras

Horário: Das 19h até as 00h
Gratuito

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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