Espetáculo “Eu só quero é ser feliz” entra em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim

Espetáculo aborda assuntos atuais e realistas da vida de jovens da periferia

A partir de uma oportunidade de trabalho como jovem aprendiz, uma turma de 17 alunos da periferia carioca conseguiu montar um espetáculo de teatro sobre a favela.

Se você tem entre 14 e 24 anos, certamente já ouviu falar sobre o programa de jovem aprendiz, cuja finalidade é a capacitação profissional de adolescentes e jovens de todo o país. Foi nesse programa que 17 jovens da periferia carioca ganharam a oportunidade de aprender teatro e montar o próprio espetáculo que traz como tema principal a vida e os sonhos de moradores de comunidade.

A ideia de fazer uma peça começou em junho de 2018 e era para ser apenas uma apresentação interna para a festa de final de ano na empresa. Realizada pela primeira turma de Jovem Aprendiz de Teatro no Brasil, o projeto se tornou algo bem maior e agora em setembro a peça entrará em cartaz em uma curta temporada, todas as terças-feiras a partir do dia 10 na Casa de Cultura Laura Alvin, que fica na Avenida Vieira Souto, número 176, em Ipanema com ingressos a partir de R$ 15,00.

Teste 3

O nome escolhido para o espetáculo é refrão de uma música muito conhecida no funk carioca, “Eu só quero é ser feliz”, dos mcs Cidinho e Doca. Essa afirmação soa como um pedido e mesmo 24 anos depois de escrita, a letra ainda reflete bem os problemas e desafios do jovem morador de favela.

O espetáculo se passa em uma comunidade fictícia, chamada Vista Azul e nela, um grupo de  jovens amigos lutam pelos seus sonhos e enfrentam muitas adversidades. Pautada por temas muito atuais, a peça traz discussões sobre feminismo, assédio, movimento negro entre outros.

Atualmente os ensaios estão realizados durante apresentações em escolas públicas do Rio de Janeiro e tem como objetivo levar as histórias da comunidade para outros espaços. A turma de jovens atores concorreu com 154 peças teatrais de todo o Brasil e foi selecionado pelo Festival de Teatro De Belo Horizonte.

Essa conquista é o grito de reivindicação de jovens de comunidade que diante de uma sociedade tão carente de respeito ainda age de forma preconceituosa, mas a favela não se cala, sua voz propaga e atravessa barreiras.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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