Na última quinta-feira (7) aconteceu no Observatório de Favelas, no Complexo da Maré, um encontro de jornalistas de iniciativas comunitárias com a ex-funcionária do Facebook Francis Haughen. O encontro foi promovido pelo Instituto Marielle Franco, em parceria com o LabJaca, Instituto da Hora, DataLabe e Observatório de Favelas.
Frances Haugen é a ex-funcionária do Facebook que, em 2021, divulgou documentos internos da rede social à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e ao The Wall Street Journal. Os documentos publicados por Frances, os chamados Facebook Papers, abordaram o quanto a empresa negligencia ações – que não garantem um debate social saudável – deixando de lado implementação de soluções técnicas existentes, além de destinar poucos investimentos à moderação de conteúdo em língua não inglesa. Frances Haugen é um nome essencial para entender como que as engrenagens da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) funcionam em relação à privacidade e segurança digital
No encontro, Frances abordou a temática do Facebook em não desempenhar determinadas ações que auxiliem no debate público. Desta maneira, a ferramenta “promove” publicações que propagam ódio contra pessoas negras, público LGBTQIA+ e direitos das mulheres. A norte-americana também falou sobre as estratégias do Facebook em tentar derrubar outras redes sociais em localidades fora dos Estados Unidos e como o investimento em ferramentas não são realizados de forma mais eficaz em localidades que não seja a língua inglesa. Ela também falou de como o Facebook atua nas eleições e de como o Brasil pode ser um dos locais de impacto na propagação de fake news.
Teste 3
Ainda que a rede social se comporte de forma negligente para com a população fora dos Estados Unidos e países da Europa (que aplicou rígidas punições à rede social), Haugen incentiva que conteúdos relacionados à segurança digital e à realidade brasileira sejam publicados na plataforma, de forma que a gerência do Facebook reconheça a realidade e o questionamento dos brasileiros.