#MapaCoronaNasPeriferias: Associação no Pará luta para auxiliar famílias

O Favela em Pauta, em parceria com o Instituto Marielle Franco e apoio do Twitter Brasil, lançou no último dia...

Por Renato Silva

O Favela em Pauta, em parceria com o Instituto Marielle Franco e apoio do Twitter Brasil, lançou no último dia 20 o #MapaCoronaNasPeriferias, para direcionar doadores em uma plataforma onde podem encontrar iniciativas solidárias em periferias pelo país. O mapa, que já conta com 340 mobilizações cadastradas, pretende notabilizar uma rede de solidariedade que nasce das periferias sempre que uma nova dificuldade se impõe a esses territórios. E diante de uma pandemia não tem sido diferente.

O Favela em Pauta, em parceria com o Instituto Marielle Franco e apoio do Twitter Brasil, lançou no último dia 20 o #MapaCoronaNasPeriferias, para direcionar doadores em uma plataforma onde podem encontrar iniciativas solidárias em periferias pelo país. O mapa, que já conta com 340 mobilizações cadastradas, pretende notabilizar uma rede de solidariedade que nasce das periferias sempre que uma nova dificuldade se impõe a esses territórios. E diante de uma pandemia não tem sido diferente.

Passagem Limoeiro durante as últimas chuvas de abril. Créditos: @agclimoeiro

Teste 3

A Passagem Limoeiro fica localizada às margens do Rio Guamá, que é – segundo a ABAS (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas) – responsável pelo abastecimento de 75% da população de Belém. Além de todas as dificuldades comuns para a maioria dos territórios periféricos no Brasil, como falta de saneamento, mecanismos de justiça social, a comunidade Passagem Limoeiro sofre também com as chuvas e maré alta do rio que costumam alagar as ruas, trazendo ainda mais problemas para a população.

No entanto, as condições naturais e de saneamento desfavoráveis na região não definem todos os problemas da localidade. Há ainda o alto número de pessoas vivendo no que o Censo Demográfico chama de “aglomerados subnormais”, ou comunidades, como são chamadas em Belém. A capital paraense concentra mais de 758 mil pessoas vivendo em favelas não planejadas, um número bastante significativo já que a população total da cidade foi estimada em pouco mais de 1,3 milhão de habitantes na publicação de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Cumprindo o papel do Estado há anos

Edina do Socorro, 58, presidente da associação, que atende cerca de 500 famílias na comunidade do bairro Jurunas, conta um pouco da gravidade da situação. “Muitos aqui vão para as portas de hospital, de UPA, e não são atendidos, voltam para casa. Muitos já morreram em suas casas e outros ficaram de quarentena em casa sem saber o que fazer”, protesta.

Com tanto esforço para minorar os efeitos da crise, Socorro denuncia que esse desamparo do governo não é de hoje. “Nós já existimos há 50 anos, sempre com esse trabalho voltado para as famílias. Nesse bairro tudo que tem foi luta nossa, das comunidades. Se existe escolas, UPA, as ruas pavimentadas”, a presidente lembra do esforço para conquistar o que deveria ser direito básico. “Tudo foi fazendo briga, batendo lata, batendo panela. Fomos para as portas dos governos para poder conseguir, porque se a gente não vai, aí é que eles não vêm mesmo”, conclui. 

A campanha da Associação Grupo Comunitário Limoeiro pode ser encontrada no #MapaCoronaNasPeriferias. É um dos localizadores na cidade de Belém, PA. Você pode doar para esta campanha, encontrar uma mais próxima do seu bairro, ou ainda cadastrar uma nova iniciativa que não esteja presente no mapa.

No Brasil o coronavírus já atinge números mais que alarmantes, como confirmam os dados do boletim epidemiológico atualizado às 16h30 desta segunda-feira (27):

  • 66.501 casos confirmados.
  • 4.543 mortes.
  • São Paulo tem 21.696 casos e 1.825 mortes.
  • Pará tem 2.128 e 114 mortes (85 só em Belém).

*número de óbitos da capital Belém informado pelo twitter da prefeitura.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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