Saiu o resultado: os Estados Unidos da América não elegeram a primeira mulher presidente (ou presidenta, como diria nossa ex). Seria uma dobradinha muito histórica suceder o primeiro presidente negro com a primeira mulher também. Mas a tal onda conservadora passou por lá e deu um caixote nos sonhos de muita gente.
Confesso que fui dormir tenso. Trump é declaradamente xenofóbico e agora tem acesso ao maior arsenal nuclear do mundo. Semana passada vi notícias que os russos estão se preparando pra guerras nucleares. Andei lendo umas coisas pela internet que assustaram pra valer: um país com o sentimento de união, que vê a expulsão de estrangeiros uma coisa bacana, disposto a entrar em guerras e a disseminar um estilo de vida que lhe cabe. Sim, isso parece muito com a Alemanha na primeira metade do século passado.
Mas não vim aqui falar de Trump, nem de fazer análises políticas profundas. Oras, não sou cientista político. Mas como bom brasileiro, sou especialista em tudo depois de dois goles de cerveja e um frango à passarinho. Não dava pra deixar o assunto mais quente do ano passar batido sem a minha opinião totalmente não solicitada – apesar que, tecnicamente foi solicitada já que quarta-feira é meu dia de publicar a coluna aqui no Voz.
Teste 3
Garçom, mais um chope.
Quem vibrou com essa história toda foi o Bolsonaro – o Jair, claro, já que o Flávio ficou com vertigens. É “Bolsonaro 2018” pra cá, Bonsominions esbravejando pra lá… E o ‘tchau querida’ vai virando ‘bye honey’ em nível global. O mundo inteiro vai girando o volante pra direita e em tempos de globalização, o pensamento feudal vai voltando pra moda.
Mas esse papo todo do ex ator pornô virar presidente da América fez pipocar uma galera questionando o sistema democrático também – coisa que a gente já faz por aqui nessa coluna há um tempinho, mas tô longe de ser ‘o diferentão do Voz’. Esse sistema tão lindo onde vence a maioria, mesmo que a maioria não queira as opções possíveis, permitiu que essa atrocidade acontecesse com os americanos – e que o ‘não voto’ de dois milhões de eleitores no Rio valesse menos que o voto de um milhão e alguma coisa.
Semana passada a gente falou disso, lembra? “Não importa quem vai assumir, o que importa é defender o bolso. Não importa, pra massa brasileira, se isso vai ter um custo amanhã“. Pelo visto, pros americanos também não.
Garçom, outro chope por favor. Mas traz também aquela cachacinha.
Tchau, queridos.