No bairro de Ramos, Olaria e Bonsucesso, Zona Norte da cidade do Rio, a WMP Brasil/Fiocruz retomaram, na manhã nessa segunda-feira (22), as liberações dos mosquitos que combatem a dengue. As atividades, que estavam suspensas desde março, foram reiniciadas respeitando o isolamento social.
A pandemia do novo coronavírus não interfere na existência de outras doenças graves. Tendo em vista essa realidade, a World Mosquito Program, em conjunto com a Fiocruz, realizou, nesses três bairros da Zona Norte, esta ação na manhã de ontem (22) que consiste na liberação de Wolbachia, que é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes Aegypti, que é mosquito transmissor da dengue.
“Estamos trabalhando em inovações para assegurar que a liberação de mosquitos com Wolbachia, bem como seu monitoramento, possam ser realizados com segurança, diante deste cenário de pandemia”, destaca o líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira.
Teste 3
As liberações estão sendo realizadas de dentro do carro para não haver interação entre os técnicos e a população, mantendo assim o distanciamento social recomendado pelas organizações de saúde. Essas serão feitas durante 16 semanas, sempre no período da manhã, por meio do mesmo veículo utilizado anteriormente, identificado como SAÚDE FIOCRUZ . Quando presente neste mosquito, a Wolbachi, que é segura para humanos, animais e ambiente, impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças que, em certos casos, podem levar a morte.
Como a Wolbachia se espalha entre a população de mosquitos ?
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerem uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
Fundado na Austrália em 2011 e atualmente em 12 países, o World Mosquito Program (WMP) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade mundial das doenças transmitidas por mosquitos. Mas, a população e poder público precisam ser as maiores interessadas nessa causa e continuar realizando as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya. Além disso, como sempre, evitar deixar locais com água parada.