Por aqui, a Educação não parou! Desde julho de 2020, no começo da pandemia de Covid-19, alunos com deficiências e professores de Educação Física têm retomado gradualmente a rotina de atividades rumo ao bem-estar e à autonomia. Na Vila Olímpica do Alemão, o setor voltado para pessoas com deficiência (PCDs) atendeu em 2021 mais de 100 alunos e o horizonte é atender mais em 2022.
E nada de “coitadinho”, “ah, essa pessoa precisa da minha ajuda” ou coisas do tipo! O objetivo da Educação Física para pessoas com deficiência é garantir que os alunos sejam autônomos, donos de si. E é exatamente esse trabalho que o professor Tiago Paz vem desenvolvendo na Vila Olímpica do Alemão há pouco mais de 15 anos.
“A gente acredita que a inclusão é garantir que a pessoa com deficiência, mesmo com as suas limitações, consiga fazer a atividade e ter o entendimento do que está praticando”, diz o professor sobre seu trabalho.
A prática de atividade não é só importante para o bem-estar físico e psicológico, como também, no caso de pessoas com deficiência, vem acompanhada de melhoria na qualidade de vida. O jovem Jorge Rosa, aluno desde 2017 na Vila Olímpica, tem hemiparesia direita (lado direito paralisado) e confirma.
Teste 3
“Com os exercícios que eu faço aqui, eu consigo caminhar melhor e também me ajuda na coordenação motora. O Tiago é aquele professor que incentiva sempre a gente a dar o nosso melhor na natação.”
Além dos alunos, familiares também veem muitas mudanças. Por conta de sequelas de três acidentes vasculares cerebrais (AVC), a aluna Tatiana Barreto não consegue falar e nem andar direito. Mesmo assim, sua mãe, Sônia de Jesus, constata a melhora da filha.
“Houve melhora, porque ela tava ficando muito parada. As atividades ajudam ela na coordenação motora, no convívio com outros alunos nas festinhas que o professor faz. Quando vem pra cá, ela fica toda alegrezinha”.
Mas nem tudo são flores! Na Vila Olímpica, hoje, pessoas com todos os tipos de deficiências e de várias faixas etárias realizam a maioria das atividades juntas. Alunos surdos, autistas ou com alguma deficiência visual, por exemplo, realizam treinos ao mesmo tempo. E os professores tentam adaptar as dinâmicas de aula para a realidade de cada um. No passado, existiam alguns setores específicos para tipos de deficiência. Porém, hoje por falta de pessoal e de verba, as atividades são realizadas apenas conjuntamente. Problemas de atrasos de pagamento para professores também não são raros!!!
Apesar disso, o professor Tiago Paz e seus colegas realizam um trabalho incrível com muito esforço, suor e profissionalismo. Sobre as aulas, o professor deixa ainda um recado para todos os PCDs e seus familiares no Alemão.
“Procurem a Vila Olímpica, procurem o setor de pessoas com deficiência. A gente trabalha com todos da melhor maneira possível, trocando e aprendendo junto com os alunos. Vocês do complexo do Alemão merecem o melhor atendimento possível. A Vila Olímpica é de graça e é nossa! Ela é do povo!”