Projeto Cozinha Popular vende mais de mil quentinhas por dia e completa 1 ano nas favelas do Rio

Foto: Vilma Ribeiro - Luciano Medeiros

Projeto idealizado pelo Instituto Luciano Medeiros oferece quentinha por R$2,99 e cresceu ao longo ano

Quem passa pela Estrada do Itararé, na altura da Grota já tem o ponto certo para um almoço delicioso e com aquele preço que cabe no bolso: é o projeto Cozinha Popular. Criado pelo Instituto Luciano Medeiros, o projeto vende quentinhas por R$ 2,99 e virou sensação entre moradores e pessoas que passam pelo local e ao longo do ano ainda cresceu e começou a atender mais pontos do Complexo do Alemão e também no Complexo da Penha.

“Manter o projeto por um ano, com o mesmo valor e ainda podendo expandir é algo que me deixa muito feliz. Junto com todos os meus colaboradores me sinto guerreiro. Comecei com cerca de 300 quentinhas por dia e hoje estamos em cerca de 1200 quentinhas por dia”, contou Luciano Medeiros.

Dentre os colabores do projeto, está a voluntária Vanderléia Santos, conhecida como Loira, que desde o início abraçou o projeto. “Desde quando soube que o Luciano estava procurando alguém, me ofereci para ajudar. Já era conhecida por aqui, por trabalhar no ponto das Kombis e poder somar com esse projeto foi uma alegria. Aqui, além de vender as quentinhas, sou um pouco psicóloga, é comum a pessoa vir comprar, conversar comigo. Já teve gente que contou que comprar as quentinhas aqui e economiza muito nas compras do mês”, disse.

Ponto de quentinha no Complexo da Penha. Foto: Vilma Ribeiro

Teste 3

Ocupando espaços na Grota, Nova Brasília, Canitar, Manguinhos, Jacaré e também no Complexo na Penha, o projeto virou a principal refeição de muitos que passam pela região. O pedreiro João Carlos é um exemplo. “O dinheiro que comeria um pão com café, agora eu almoço. Estou desempregado, vivendo de bicos, então poder comer bem por R$2,99 é muito bom. Salva meu dia”, revelou.

Mesmo com toda dificuldade em manter os preços, o projeto cresceu e segundo Luciano, o objetivo é expandir ainda mais no próximo ano.

Ponto de venda de quentinhas em Manguinhos. Foto: Vilma Ribeiro

“Manter o preço por R$2,99 por um ano não foi nada fácil, é diariamente ter que buscar as promoções para manter a qualidade e o valor para as pessoas. E, mesmo com toda correria minha e de todos os voluntários o que nos da força é saber que estamos ajudando muita gente. Sempre chegavam pra mim falando sobre a falta de comida, eu não tinha como dar cesta básica ou pagar comida para todos, então, resolvi fazer algo com o menor custo possível e minha ideia e que no próximo ano possamos expandir para mais comunidades”.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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