Moradores da Maré manifestam contra descaso das autoridades em meio a pandemia da Covid-19

O ato chegou ao seu quarto dia na data de hoje; O Complexo da Maré é a favela do Rio com mais casos do novo coronavírus

Moradores do Complexo da Maré, na zona Norte da cidade, se manifestaram na última quinta-feira (25/06) contra os governantes do Rio. Colocaram panos pretos em suas janelas e portas em solidariedade às pessoas que morreram de Covid-19 e em sinal de indignação contra as atuais medidas que estão sendo decididas pelas autoridades.

O ato, que foi organizado de forma independente, ainda está acontecendo na localidade da Maré conhecida como Salsa e Merengue. Além dos panos pretos colocados nas casas, cartazes com mensagens de solidariedade e luto pelas mortes de tantas pessoas, de revolta, menções às frases ditas pelo presidente Jair Bolsonaro, e cobranças ao governador Wilson Witzel.  

Uma moradora que não quis se identificar, falou sobre este posicionamento dos moradores: “É importante porque, temos que pensar sobre o que levou o país a chegar nesse ponto, sobre o porquê dos casos não estarem diminuindo significativamente e mesmo assim os governantes querem abrir tudo. A verdade é que eles não se importam com as nossas vidas, nunca se importaram, pois somos pobres, a clínica da família da Maré tem vez que nem dipirona tem. Quando tiver vacina você acha que eles vão liberar primeiro pra quem? Para os ricaços da Barra ou pra gente?! Esse protesto é mais do que necessário, é um grito de que está tudo errado! De que não seremos mais estatística”

Gráfico do painel de atualização de coronavírus nas favelas do Voz das Comunidades

Teste 3

O Complexo da Maré lidera o Painel de Atualização de Coronavírus nas Favelas do Rio de Janeiro, criado pelo Voz das Comunidades. Na Maré, são até o momento 341 casos, 248 óbitos e 81 mortes por conta do novo coronavírus nas favelas cariocas. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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