Lanchonete FaceBurguer entrega qualidade e sabor na Vila Kennedy

O serviço de entregas cresceu 70% devido às determinações de isolamento social causadas pela pandemia de covid-19

Muitos moradores da Vila Kennedy devem conhecer o FaceBurguer. O que muitos não sabem é que a famosa lanchonete já foi uma barraquinha chamada Dogão Abençoado da Mauríceia. A história do FaceBurguer é longa e cheia de dificuldades mas também repleta de perseverança e dedicação por parte de seus criadores. Hoje em dia, os lanches alcançam muitos lares e, com a pandemia da covid-19, o atendimento via delivery aumentou 70%, o que não fez a qualidade da comida diminuir.

O empreendimento existe desde 2008 e os rostos por trás dos hambúrgueres são os do casal Davi Santos, 50, e Mauríceia Silva, 41. “Tudo começou há 13 anos, quando comprei uma barraquinha velha na beira da estrada para vender cachorro-quente na praça Dolomitas, na Vila Kennedy. O FaceBurguer nem sempre teve esse nome, era Dogão Abençoado da Mauríceia. No começo não vendíamos nada, mas sempre agradecia a Deus por sair dali com 20 ou 50 reais”, conta Mauríceia. 

Davi Santos e Mauríceia Silva são os donos do FaceBurguer. Foto: Vander King / Voz da Vila kennedy

O começo não foi fácil mas a empreendedora contou com o apoio da filha para seguir em frente. “Foi muito frustrante ver todos os barraqueiros vendendo e eu não, muitos riam de mim por não vender. Muitas pessoas quiseram me desanimar, dizendo pra eu desistir, vi pessoas conhecidas que compravam ao lado mas não compravam comigo e teve dias que realmente pensei em largar tudo mas minha filha sempre estava comigo. Mesmo ela sendo tão jovem, não tinha vergonha de puxar o carrinho na volta para casa ou no meio dos bailes.”

Teste 3

Atendendo a pedidos, Mauríceia começou a vender hambúrguer além do cachorro-quente. Essa mudança representa uma reviravolta e um novo começo na sua história, de sua família e de seu negócio. “Um dia resolvi por hambúrgueres na barraquinha pois muitos clientes me pediam. Comecei a vender mais, pois todos gostavam muito dos meus lanches. Então, decidi investir e mudar da barraca para um trailer. Além disso, troquei o nome para  FaceBurguer Lanches”.

Surge então a lanchonete do casal Davi e Maurícea como os moradores da Vila Kennedy conhecem hoje. A empreendedora conta que queria fazer algo diferente e sabia que a qualidade dos ingredientes e do produto final seria o que conquistaria sua clientela. “Investi alto em tudo, principalmente nos meus produtos, troquei o pão para um de melhor qualidade, por exemplo. Também comecei a ter que contratar pessoas, pois eu não dava conta dos pedidos, foi daí que tive a ideia de abordar meus clientes na rua e oferecer a eles o que eu vendia e mostrar a qualidade e a higiene com a qual trabalhávamos”.

FaceBurguer é sucesso na VK. Foto: Voz das Comunidades

Hoje, o FaceBurguer conta com uma equipe de oito pessoas, sem contar os donos. O estabelecimento entrega pelo aplicativo de delivery Ifood e tem também seus próprio entregadores. O serviço de entregas cresceu 70% devido às determinações de isolamento social causadas pela pandemia de covid-19. Mas a proliferação da doença provocada pelo novo coronavírus também trouxe outras mudanças. “Com a covid-19, nós tivemos de reestruturar nossa forma de vender. Acabamos precisando dispensar alguns funcionários do salão e do atendimento e contatamos mais entregadores e pessoas para agilizar a saída dos lanches por delivery, a demanda aumentou em 70%”, conta Davi.

O casal de empreendedores se orgulha do que construiu e  continua desejando alçar voos ainda mais altos. “O FaceBurguer hoje alcança muitos lares, e conseguimos empregar com salários digno muitas pessoas. Somos uma verdadeira família dispostos a melhorar e crescer sempre. Tenho uma funcionária que trabalha comigo há 13 anos, posso dizer que não tenho empregados e sim amigos, que me ajudam todos os dias a crescer cada vez mais e mais”, finaliza Mauríceia.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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