De norte a sul, um cenário muito comum se repete nas comunidades da capital do Rio: o descaso público com os problemas sociais enfrentados pelos moradores nestes territórios conhecidos pela vulnerabilidade e fragilidade urbana. Como no Complexo da Penha, na região conhecida como Morro do Sereno, mais especificamente nas ruas Capitão Tanajura Guimarães, 65 e Crato Altura do 80, onde as complicações vão de buracos à dificuldade na mobilidade da população.
Para Robson dos Santos, morador antigo da localidade, a preocupação é um sentimento constante em sua rotina ao sair de casa. Com a locomoção restringida após ser alvejado por um disparo de arma de fogo na década de 90 e ter ficado na condição de paraplégico, ele enfrenta o risco iminente de uma queda enquanto desvia dos grandes buracos nas calçadas da localidade.
De acordo com o seu relato, a situação de negligência gerada pela Prefeitura do Rio de Janeiro já dura há mais de cinco meses. Nesses dois buracos que estão em pontos próximos, é possível perceber a vegetação crescendo em volta e tomando conta do espaço que cedeu. Em uma das fotos registradas pela equipe de reportagem do Voz das Comunidades, é possível observar uma criança e uma mulher tomando cuidado com o trecho que passam por essa condição precária.
Teste 3
“Quanto mais você anda por aqui, mais você encontra esses problemas sociais, principalmente, buracos e vegetações precisando de manutenção. Porém, a gente entra em contato com as instituições que cuidam dessa área, mas nada acontece”, detalha Robson.
A demora do Poder Público em resolver essas questões levou a população local a tapar os buracos de forma improvisada, com galhos e tijolos. Entretanto, essa atitude pode ocasionar sérios danos para quem passa pelo lugar de forma desprevenida, ocasionando uma possível consequência grave na saúde.
“Muitas vezes, a gente dá o nosso jeitinho para resolver os problemas por aqui, mas é bem difícil, sabe? Por exemplo, a escadaria está caindo e eu passo por ela todos os dias. As calhas que temos aqui precisam de um reforço de ferro também para evitar que os lixos entupam as casas, os buracos e os bueiros…é muita coisa”, explica Robson.
Em busca de compreender a demora ou o pouco interesse em resolver essa situação que coloca em risco a integridade física dos moradores, a equipe de reportagem do Voz das Comunidades entrou em contato com a Secretaria Municipal de Habitação. Porém, até o fechamento desta reportagem, não obteve um posicionamento a respeito da questão.