Arroz, feijão, macarrão e batata frita. A carne, o frango e a linguiça complementam em dias variados, conforme a promoção que estiver anunciando no mercado. Uma quentinha bem servida, saborosa e a preço de custo. Essa é a proposta da Cozinha Popular Instituto Luciano Medeiros.
O projeto foi inaugurado há uma semana e moradores do Complexo do Alemão podem comprar uma refeição completa por menos de três reais. Luciano, presidente da instituição que leva seu nome, conta que a ação surgiu a partir do momento que começou a perceber um aumento de pessoas desempregadas na região, com dificuldade de colocar comida na mesa.
“Tenho um projeto em que a gente trabalha servindo a população com psicóloga, fonoaudióloga, desconto em faculdades, supletivo, atendimento jurídico e mais. De um tempo para cá, percebi uma quantidade bem maior de pessoas me pedindo ajuda para encontrar emprego. Algumas pediam socorro, dizendo que não tinham mais o que comer em casa”.
Teste 3
Através das redes sociais, Luciano começou a dialogar com os moradores buscando soluções para amenizar a situação. “Sempre lutei para a criação de um restaurante popular através do Governo do Estado. Como o poder público não faz a parte dele, a gente criou uma forma de servir o alimento. Uma comida de qualidade e feita com muito carinho para ninguém ficar com fome”.
O projeto conta com o apoio voluntário de quatro cozinheiras e quatro auxiliares, que fazem a entrega em três pontos do Alemão: Ao lado da associação de moradores das Casinhas, na comunidade dos Mineiros e no ponto de ônibus da Grota.
“Não temos lucro! Na verdade o lucro são centavos, que dividimos entre os voluntários como ajuda de custo. Todos eles são da comunidade e se prontificaram em trabalhar conosco”. No total, são vendidas mais de 450 quentinhas por dia e durante a permanência da equipe do Voz das Comunidades, foram contabilizadas 160 vendas em 25 minutos. De acordo com Luciano, os moradores estão agradecendo a iniciativa e tem dias que já começam a formar fila antes mesmo da montagem do local de venda.
“Eu trabalho com transporte alternativo e fiquei sabendo que o Luciano ia pagar uma pessoa para fazer as vendas, aí eu falei assim: “Ô Luciano, quero te ajudar! Não precisa pagar não!” e estou aqui no projeto desde a inauguração, no dia 4 de dezembro e ainda carrego minha filha para ajudar também. Muita gente precisa dessa comida.” – conta a voluntária Vanderléia Santos, conhecida como Loira.
Manguinhos, Mandela, Inhaúma e Penha também estão na lista de comunidades que vão receber a Cozinha Popular. O plano é que esteja em funcionamento no início do ano que vem, logo após o carnaval. “Infelizmente tem algumas dezenas que não estão muito satisfeitas, principalmente quem tem pensão. Acontece que esse projeto não é para prejudicar ninguém, mas sim, para alimentar quem precisa”. – comenta Luciano.