Conheça a história de exemplos Olímpicos e Paralímpicos
Respeito é um valor Olímpico. Nele é incluído o fair play (jogo limpo, o respeito às regras do jogo), a honestidade, saber seus limites e tomar conta de sua própria saúde (não ao doping). Respeito significa também um sentimento positivo de consideração por outra pessoa, de outro país ou de outra religião, por exemplo.
O badminton é um esporte muito parecido com o tênis, mas, no lugar de uma bola se utiliza uma espécie de peteca. O atleta Ygor Coelho de Oliveira, de 19 anos, é cria do projeto Miratus, fundado oficialmente em 2004 pelo seu pai, Sebastião de Oliveira, responsável também pelo treinamento do filho no Morro da Chacrinha, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Ygor já competiu em 17 países, atualmente lidera o ranking de badminton brasileiro e estreou nas Olimpíadas, com o privilégio de estar no quintal de casa.
Foto: Reprodução/Internet
“A sensação de estar classificado para os Jogos Olímpicos é fantástica, porque eu fui o primeiro brasileiro da história a conseguir classificar e ainda por ranking. É arrepiante”, revelou Ygor.
Teste 3
Ygor sempre quis ajudar aos jovens da comunidade e hoje é considerado um exemplo, e para ele essa Olimpíada é a realização de um sonho. O atleta perdeu por 2 sets a 0 para o alemão Marc Zwiebler, mas o resultado, no entanto, foi o que menos importou.
Os torcedores aplaudiram de pé e deram um apoio incondicional durante sua disputa no Riocentro, mas, mesmo com a empolgação do público, o resultado ficou melhor para o experiente alemão. Ygor retribuiu com uma “semi volta olímpica” e atirou uma peteca para a plateia. “Me amarrei, foi sensacional essa experiência de jogar uma Olimpíada. Eu quero ser mais forte um dia, quero que em Tóquio 2020 eu possa ser um dos mais fortes, um dos favoritos. Lá eu vou estar mais experiente”, lembrou o atleta.
A medalha não veio, mas a participação em uma Olimpíada, foi o presente ideal que Ygor encontrou para dar de Dia dos Pais. Sebastião. “Tenho que dar um abraço nele. Hoje é Dia dos Pais, ele merece, me ajudou bastante. Ele me orientou, me deu as melhores dicas para eu conseguir estar aqui. Ele acabou se dando esse presente, me fazendo estar aqui hoje”, contou Ygor em uma reportagem.
Competir com o heptacampeão alemão, Marc Zwiebler, foi uma honra para o brasileiro, que de quebra, conseguiu a camisa do ídolo. “Ele é um dos melhores do mundo, é um cara que respeita os adversários. Eu procuro seguir o exemplo dele. Ele é um atleta muito carismático, que joga com fair play, eu me inspiro nele e quero ser igual a ele. E cara, receber a camisa dele… Nossa, foi magnífico. Vou colocar em um quadro para guardar de lembrança”, declarou o jovem atleta.
Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade
Determinação é um valor Paralímpico. Essa nos dá confiança e faz com que acreditemos em nós e continuemos a fazer o melhor que podemos, mesmo quando a situação está difícil. Ela ajuda a tomar uma decisão focando nos objetivos.
O estudante de jornalismo e idealizador do Portal Noticiário Paralímpico, Nataniel Souza, de 25 anos, iniciou uma vaquinha online para arrecadar verba e realizar seu sonho de cobrir os Jogos Paralímpicos do Rio 2016. “Vi no financiamento coletivo a possibilidade de fazer meu sonho dar certo”, disse Nataniel.
Após um ano de vida do portal, o jovem morador da Alvorada, no Complexo do Alemão, está pedindo a ajuda de todos para conseguir R$ 5 mil. O valor vai ser destinado para a alimentação, hospedagem e transporte para os nove colaboradores do Noticiário cobrirem os 10 dias de Jogos Paralímpicos.
A coordenadora do portal, Taiana Lopes é atleta paralímpica de natação e cursa jornalismo, para Tai os outras atletas veem o noticiário como um referencial. A ideia de Nataniel e seus colaboradores, era propagar a inclusão social de atletas com deficiência física e eliminar qualquer preconceito contra esses profissionais. Essa é a oportunidade para o estudante divulgar e acompanhar os atletas brasileiros e internacionais, já que a Paralimpíada é o maior evento para atletas portadores de deficiência.
Os estudantes e colaboradores do portal, Kleber Pizão resolveu entrar no projeto por quanta do diferencial e para ele nenhum outro veículo do Brasil se dedica ao esporte paralímpico como o noticiário. “Nós, colaboradores, buscamos que o público se apaixone pela ideia de superação do esporte paralímpico”.
“Queremos que cada vez mais pessoas possam ver e torcer por nossos atletas”, Nataniel contou que essa é a meta inicial do projeto e a próxima será para comprar duas câmeras digitais. Cada pessoa que contribuir vai ganhar um brinde diferente, dependendo do valor que ajudou, como um vídeo de agradecimento, canecas, camisas e o nome publicado nas redes sociais.
Verdadeiros exemplos Olímpicos e Paralímpicos
Os valores Olímpicos e Paralímpicos são uma fonte de inspiração para os nossos jovens, para nossa comunidade e para a sociedade em um todo. Nessa reportagem vou abordar alguns valores Olímpicos e Paralímpicos, identificando os nossos atletas locais em cada um deles.
Amizade é um valor Olímpico. Estender a mão e buscar o entendimento. O amigo procura entender o próximo apesar das diferenças e tem em relação ao outro atitudes e sentimentos positivos como simpatia, empatia, honestidade, compaixão, confiança, solidariedade e reciprocidade positiva.
Foto: Reprodução/Internet
Rene Silva, morador do Morro do Adeus, conhecido não só no Complexo do Alemão, mas no mundo, foi um dos mais de 12 mil condutores da Tocha Olímpica, ou Fogo Olímpico e, recebeu elogios e críticas nas redes sociais após o ato.
O representante do Voz da Comunidade percorreu cerca de 100 metros, no dia 1º de agosto, em Iguaba Grande, na Região dos Lagos. Em publicações nas suas redes sociais a palavra mais usada pelos seguidores foi “orgulho”.
Apesar da comunidade ter vivido nos últimos dias uma verdadeira guerra, não seria o jovem deixando de cumprir o seu papel que exterminaria a violência onde vivemos. Ele carregou, com ombridade e coragem, uma porção de valares que deveriam ser honrados por cada cidadão.
A mensagem deste primeiro valor Olímpico é: seja amigo, pratique a empatia e se coloque no lugar do outro. Trate o próximo como você gostaria de ser tratado.
EXCELÊNCIA é um valor Olímpico. Tem tudo a ver com dar o melhor de si, tanto no esporte quanto na vida, participar e progredir de acordo com seus objetivos.
A lutadora Cristiane Lima, de 22 anos, começou a treinar aos 14 anos, na comunidade onde mora, no Complexo da Maré, na Zona Norte. Na época ela entrou para o muay thai somente para acompanhar a cunhada. Cris não contava que acabaria se apaixonado pela luta. Passando um mês, a cunhada deixou as aulas por motivos pessoas e Cristiane não tinha condições de pagar a academia. A jovem avisou na aula que seria a última semana por não ter condições de pagar e seu pai não gostava da ideia de que ela treinasse.
Naquele momento, outro treinador, Wellington Mello, conhecido como Ton, ficou sensibilizado e convidou Cris para que fizesse aulas com ele. “Enfim, expliquei o porque eu iria sair e Ton, que era o treinador da equipe mais ainda não era meu treinador, me convidou para ter aulas com ele. Eu disse que não tinha como pagar e ele cobrou apenas duas coisas, a primeira era que eu não poderia faltar em nenhuma aula e a segunda era que eu treinasse duro”.
A lutadora aceitou o convite e Ton passou a treiná-la na Vila Olímpica Carlos Castilho, na Estrada do Itararé, no Complexo do Alemão.
Quatro anos depois eles começaram a desenvolver trabalho juntos, onde ele foi ensinando Cristiane a dar aulas para diferentes públicos. Em 2013, Cris estreou em competições. “Na época eu quis lutar para só para saber como eu me sairia e para provar para algumas pessoas que eu era capaz”.
Depois da primeira luta, ela continuou com os treinos e sempre que aparecia uma competição, Ton a levava. “Eu não tinha nenhuma pretensão, simplesmente queria estar ali, lutando, participando, sentindo aquela adrenalina, era a minha recreação”.
Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade
Conforme Cris ia lutando, surgiram algumas oportunidades de disputar certos eventos que tinham grandes públicos e renomes, mas uma vez, Cris lutava por amor ao esporte. “Essas minhas lutas vieram acompanhada de vitórias atrás de vitórias, assim, consegui conquistar alguns títulos importantes”.
Cris é quatro vezes campeã estadual de kickboxing, campeã de Muay Thai pela CBMT (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE MUAY THAI), Campeã Paulista de Muay Thai, Campeã do Arnold Classic 2016, na modalidade Sanda (Boxe Chinês), Campeã Mundial de Kickboxing na Argentina, entre outros títulos.
Cristiane foi convidada para lutar na modalidade Sanda, na China, mas ela ainda não conseguiu um patrocínio. As despesas das competições anteriores foram financiadas por Wellington. Eles buscam, juntos, ajuda para realizar o sonho de trazer títulos para os Complexos do Alemão e da Maré.
Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade
A CORAGEM é um valor Paralímpico. Essa nos impele a fazer o que acreditamos ser o certo. É um valor e também a habilidade de enfrentar a dor, o sofrimento, o medo, o perigo, a incerteza e a intimidação. A coragem física é aquela que nos dá força para lutar contra a dor e o sofrimento físico. A coragem moral nos dá força para agir corretamente contra a vergonha, a desonra e o desânimo.
No Complexo do Alemão também tem atletas e muitos. Nós conhecemos a história do corredor Joselino Gercino da Silva, de 39 anos e vamos contar um pouquinho dela para você.
Celino, como gosta de ser chamado, é morador da Rua Nova, na Alvora e possui glaucoma, uma doença causada pela lesão do nervo óptico relacionada a pressão ocular alta e também catarata. Ele perdeu totalmente a visão o olho esquerdo e tem cerca de 5% da direita, sua deficiência visual é tratada no Instituto Benjamin Constant, no qual ele é extremamente grato. “Se tivesse conhecido o instituto assim que comecei a ter problemas na visão, talvez não tivesse perdido a vista esquerda”, conta o atleta.
Celino conheceu o esporte na Vila Olímpica Carlos Castilho, em 2010, inicialmente fazendo hidroginástica, por recomendação médica, mas se encontrou no atletismo. O primeiro contado dele com uma competição foi em uma corrida de 1000 metros no Intervilas. “Celino foi apreciado a primeira vez em uma competição Intervilas, onde ele se destacou ganhando o segundo lugar”, lembrou o professor Tiago Paz, de 31 anos, que passou a treinar Celino e preparou uma planilha para que ele pudesse ter um melhor desempenho.
Tiago começou a estagiar na Vila do Complexo do Alemão em 2005, na área de PCD (Pessoas com Deficiência), na qual ele se especializou e, pouco tempo depois, Tiago foi contratado como professor. Em 2013 ele se tornou coordenador e atualmente permanece no cargo.
A corrida de rua passou a ser uma das maiores paixões de Celino, que logo começou a levar a sério e treinar para caminhos mais longos. “A corrida de rua mudou a minha vida radicalmente. Passei a respirar melhor, mudei minha alimentação e fiquei estimulado a fazer outras atividades físicas”. Hoje além das corridas, Celino faz aulas de dança, como zumba, e também faz hidroginástica.
Por conta da pouca visão, ele sofreu uma lesão no tendão, por não ter visto que havia degraus na sua frente. “Dei a volta por cima e falei que ia conseguir mudar essa história”. Ele conta que ouviu muitas críticas de pessoas que não imaginavam os obstáculos que ele estava enfrentando.
Celino que já correu a São Silvestre, ficou em segundo lugar em duas meias maratonas, terceiro lugar na competição Rei e Rainha do Mar e, seu próximo desafio será competir em uma maratona inteira. “Ano que vem irei correr a maratona, esse é meu objetivo. Não estou com medo, estou ansioso”, Celino conta que os treinos agora são mais intensos. “Na minha vida eu gosto de desafios e todas as minhas conquistas são dedicadas para as pessoas que me ajudam”.
Ele participa da equipe de atletas especiais, Vento do Espirito e ainda não possui patrocínios. “Nossa equipe não é rica, mas somos esforçados e dedicados. Sempre temos resultados positivo”.
A coragem dele e o amor que ele sente em correr ficam nítidos em cada frase dita, Celino é exemplo de atleta e pessoa. “Trouxe amigos que estavam com depressão e para correr comigo, a corrida cura. Ela muda qualquer pessoa, é capaz de fazer coisas impossíveis, basta querer”, encorajou o atleta.