Malhação como remédio pra sair da depressão

Jovem vence a depressão e elimina 55 kg com alimentação equilibrada e atividades físicas

Foi uma injeção anticoncepcional que transformou a vida de Rayane Lima, 21, moradora de Inhaúma. Após o nascimento de sua filha, hoje com 4 anos, a dona de casa aplicou uma dose da vacina, que a fez engordar de forma descontrolada, chegando a pesar 113kg. Devido a problemas conjugais, se separou do pai da criança e iniciou um relacionamento com um homem que a magoou muito. Sem saber, o novo companheiro acabou fazendo com que a vida de Rayane mudasse para melhor.

A depressão iniciou o processo de perda de peso. Inicialmente, começou a emagrecer por ficar longos períodos sem se alimentar de forma saudável. Durante meses Rayane ingeriu apenas macarrão instantâneo (miojo) e suco, nada mais que isso. Apesar de ter acontecido de forma involuntária, por conta do desequilíbrio emocional, este processo de emagrecimento não é nada recomendado pelos médicos.

“O emagrecimento acentuado predispõe a infecções e deficiências de vitaminas e nutrientes que podem gerar diferentes enfermidades”, alerta o médico Igor Mançano.

Teste 3

“As pessoas olhavam e diziam que eu estava emagrecendo, que estava ficando com cara de doente, mas eu não via isso. Ainda me olhava no espelho e via uma pessoa bem acima do peso”, lembra Rayane, emocionada.

Quando a filha começou a questionar sua magreza, Rayane teve que decidir entre continuar lutando pela vida ou se entregar de vez para a depressão. “Teve um dia que cheguei em casa, me olhei no espelho e pensei: Será que eu mereço realmente passar por isso?”, revelou. No dia seguinte, Rayane começou a praticar caminhadas, andando cerca de 2 horas por dia.

Apesar de nunca ter ido a uma academia, percebeu que seria necessário praticar musculação para eliminar a flacidez e enrijecer a musculatura. Em um caderno, fez uma lista de alimentos que deveria comer. “Hoje em dia me alimento com qualidade. Como muitos legumes, frutas e verduras. Reservo um dia do mês para ir com minha família a uma pizzaria ou lanchonete, onde como algumas ‘besteiras’. Chamo de dia do Lixo,” conta, humorada.

Rayane Lima, se alongando para correr - Foto: Renato Moura
Rayane Lima, se alongando para correr – Foto: Renato Moura

Uma das maiores alegrias, foi quando entrou em uma loja para comprar roupas. Ao chegar, pediu a vendedora uma calça 46, o número que vesa. “A vendedora perguntou se eu estava me sentindo bem e achei que ela estava sendo irônica comigo”. Percebendo que a numeração era muito elevada para o corpo de Rayane, a vendedora insistiu para que tivesse uma 42. “Quando vesti a 42, vi que estava muito larga. Peguei a 40, também estava larga. Foi aí que ela me deu a 38. Fiquei assustada! Coube certinho! Comecei a chorar dentro da loja”, desabafa.

A partir desse dia Rayane começou a se cuidar de verdade. A vaidade que havia perdido, voltou no momento em que teve a certeza de que havia conseguido vencer a obesidade e a depressão, e estava com o corpo tão desejado. “Agora as pessoas me olham, pedem para ficar comigo, eu até estranho. Hoje em dia estou muito feliz, com uma pessoa que me respeita”, conclui.

Rayane eliminou 55kg em apenas um ano. Para manter a forma, pratica exercícios em casa e na academia e continua com as caminhadas. São trinta minutos na esteira e pelo menos uma hora fazendo musculação. A principal dica dada por Rayane é evitar o refrigerante.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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