Casas corriam o risco de ceder em encosta na localidade da Grota, no Complexo do Alemão

Foto: Renato Moura - Voz das Comunidades
Foto: Renato Moura - Voz das Comunidades

Desde janeiro, moradores da favela da Grota viviam uma verdadeira novela. Na localidade conhecida como Campo Limpo, no Complexo do Alemão, casas estavam prestes a ceder diante de uma encosta, o que colocava em risco vidas de quem reside na região. Os moradores alegaram que engenheiros da Geo-Rio foram ao local pela primeira vez no início do ano, mas que até o mês de maio, pouco ainda havia sido resolvido para contornar a situação.

O morador Julio de Carvalho fez um vídeo relatando a situação e enviou para equipe do Voz das Comunidades que foi até a região verificar as reclamações no mês de abril. Foi possível observar, logo assim que se chegou no terreno, casas rachadas, muro caindo e
improvisos feitos pelos próprios residentes da localidade. Julio fez uma ponte de madeira para conseguir se locomover e, segundo ele, o caminho cedeu e não havia mais passagem. Deficiente físico, ele tinha que encarar as dificuldades para conseguir sair de casa e era preciso dar volta em um escadão para chegar ao local onde deseja.

Morador Julio de Carvalho - Foto: Renato Moura - Voz das Comunidades
Morador Julio de Carvalho – Foto: Renato Moura – Voz das Comunidades

“Em janeiro, a equipe da Geo-Rio veio aqui e falaram que começariam as obras da encosta, mas até agora ninguém apareceu. Junto com a Associação dos Moradores da Grota, nós estamos entrando em contato, mas eles alegam que a prefeitura não liberou
os recursos para a obra”- afirma Julio.

Teste 3

O presidente da Associação do Moradores, Marco Balão disse que as obras começaram em algumas áreas do Complexo do Alemão, mas que pararam por falta de dinheiro na área interessada. “Há um ano atrás essa, obra parou por falta de verba, pois a prefeitura travou o dinheiro. Até agora nada foi resolvido ” – Conclui o presidente.

Dentre outras preocupações foi possível verificar também a vegetação que cresceu no entorno das residências. O mato cada vez mais alto, puxava o solo , deixando os moradores apreensivos. Ao entrar em contato com a Comlurb , o órgão alegou que a falta de recurso impedia uma resposta rápida para os problemas questionados.

“Nós não temos programação de corte da vegetação deste local. Estarei fazendo a vistoria e a partir daí, vamos ver o que se pode fazer, pois os recursos mal dão para atendermos o que já está na programação”- Afirma Marcos.

O Voz das Comunidades também entrou em contato com a Defesa Civil que avaliou o local e repassou as informações para a Geo-Rio, órgão que é responsável pelas encostas da cidade do Rio de Janeiro. No dia 5 de junho, técnicos voltaram à comunidade para fazer novas vistorias. Questionada sobre a situação do terreno, a assessoria da Fundação disse que as obras já estavam nos trâmites. “O local em questão está na programação de intervenções desta Fundação”. – Confirmou a assessoria.

O presidente da Associação dos Moradores, Marco Balão, revelou que, depois da vistoria feita, as obras iniciaram no dia 11 de junho. O Voz das Comunidades entrou em contato novamente com Julio de Carvalho, um dos moradores da região, que confirmou que as obras estão ocorrendo. “As obras estão acontecendo ainda. Depois de capinarem todo o local, a obra finalmente
começou.” – Afirma o morador

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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