1 mês de espera: cestas básicas prometidas pela prefeitura ainda não chegaram no Alemão

Cadastros foram enviados desde abril e até hoje as cestas não chegaram
Iara vende doces na porta de casa para completar renda do almoço. Foto: Enviada por morador

No início de abril, o responsável pela Associação de Moradores, Renato Santos, fez alguns cadastros de moradores do Morro da Alvorada e Itararé, comunidades do Complexo do Alemão, para receberem cestas básicas prometidas pelo prefeito Marcelo Crivella. Infelizmente, logo após ele precisou entrar em quarentena devido a suspeita de COVID-19, não podendo sair de casa. Esses cadastros haviam sido enviados para a prefeitura conforme o procedimento, porém, de volta ao trabalho, Renato foi cobrar as cestas que não haviam chegado até o dia de hoje. Através de uma publicação na rede social Facebook, o líder comunitário explicou a situação para as dezenas de famílias que estão no aguardo dos alimentos. Após a postagem, a Prefeitura informou que vai agendar uma nova reunião e não deu um prazo para a chegada das cestas.

Enquanto não recebe a cesta básica prometida pelo Prefeito Marcello Crivela, uma das moradoras cadastradas, Iara Helena Brito, de 47 anos, vende doces na porta de casa para conseguir comprar o básico para sustentar a família. “Meu marido é bombeiro hidráulico e o movimento está muito fraco. Os doces que vendo na porta de casa consigo comprar o pão e uma mistura para o almoço”. A dona de casa mora com o marido, a filha e mais três crianças na Travessa São Sebastião, no local conhecido como Beco do Borges. Iara sofre com sinusite alérgica e diz que está seguindo as regras de evitar sair de casa, mas que a situação está cada vez mais difícil e ainda nem recebeu o cartão alimentação que está sendo distribuído para alunos das escolas municipais do Rio de Janeiro.

Veja o comunicado completo:

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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