Em cima de “quatro rodinhas”, projeto social no Alemão incentiva cultura e lazer através do esporte

A iniciativa Estação Skate, realizado na Praça da Vivi, reúne crianças e jovens aos finais de semana

Foto: Estação Skate/Divulgação

A partir do desejo da sua filha em brincar de skate na infância e a dificuldade encontrada por ela em realizar o esporte (por não possuir estruturas e pontos de práticas próximos na favela), Jacob Cassiano de Oliveira, de 52 anos, encontrou nos embalos e barulhos de rodinhas uma forma de incentivar o lazer e a cultura utilizando os valores dessa mobilidade. Com quase dois anos de existência, o projeto Estação Skate realizado na Praça da Vivi, no alto do Complexo do Alemão, ensina crianças e jovens de sexta a domingo a ingressarem no universo do skate. As práticas acontecem no horário da noite nas sextas e sábados, das 20h às 22h, e a partir das 16h às 21h aos domingos.

“A ideia do projeto surgiu quando a minha filha era mais nova e queria andar de Skate, porém não tinha como ela brincar aqui na favela. Tínhamos a Vila Olímpica para levarmos ela, mas naquele tempo havia muito tiroteio por lá. Tínhamos muito medo. Então, ela cresceu e agora mora fora do país, mas eu ainda percebia essa necessidade de construir um projeto social que viabilizasse esse esporte para a comunidade, para as novas crianças e tal”, explica Jacob.

projeto social no Alemão
A iniciativa reúne crianças e jovens no Complexo do Alemão.
Foto: Estação Skate

Para a realização da iniciativa, Jacob contou com o apoio de comerciantes locais que contribuíram financeiramente para aquisição de 14 skates e também o patrocínio quinzenal de uma padaria, que possibilita a ação de oferecer lanches para os jovens aos domingos.

“Por exemplo, eu não sei andar de skate, mas a partir desse desejo da minha filha eu entendi a importância desse projeto social dentro da favela. Então, aprendi o básico e repasso para os meus alunos, que aprendem muito mais pela idade de aprendizado que estão. Aliás, ainda estou na procura de um skatista profissional ou semi para ensinar algumas manobras”, destaca.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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