Padaria ‘Pão Nosso de Cada Dia’ se torna referência e apoia projetos culturais no Fumacê

Foto: Felipe Salsa
Foto: Felipe Salsa

Dono de três padarias, Anderson Lisboa conta como conseguiu se tornar referência nesse segmento e apoiar projetos culturais na favela do Fumacê

Toda comunidade possui aquela padaria tradicional, onde os moradores costumam comprar o pão de cada dia. Conhecido como “Cebolinha”, Anderson Lisboa, 34, começou cedo no ramo, embalando os pães, sendo o ajudante do ajudante, como o próprio descreve. Com uma história interessante, ele saiu da padaria que estava falindo e começou a trabalhar em um famoso supermercado como auxiliar. Mais tarde se tornou padeiro, depois chefe de masseira até chegar ao cargo de gerente de setor.

Foi nesse momento, que o nosso empreendedor pensou em abrir o seu próprio negócio. ” Em 2012 eu abri uma padaria em Realengo, que ficou apenas um mês aberta, infeliz- mente não deu certo por diversos motivos, principalmente pela fiscalização”. “Cebolinha” não desistiu, e nada melhor do que investir dentro da própria comunidade. Como ele já possuía os maquinários necessários, e sendo cria do Fumacê, ele encontrou uma antiga garagem na beira do rio para recomeçar. E deu certo. “Eu e um sócio fazíamos os pães em cima de um freezer, em uma garagem velha, e hoje nós temos três lojas e 21 funcionários, todos com carteira assinada”.

O padeiro conta ainda que além de ter duas padarias dentro do Fumacê, recentemente ele inaugurou a filial no Ponto Chic que fez 1 ano. Para dar conta do recado, ele conta com uma equipe que não é de funcionários e sim de amigos. “Não trato ninguém como funcionário, trato todos como amigos”. Atual- mente, a Pão Nosso de Cada Dia, além de fazer e vender pães, a filial da pracinha do Fumacê produz pães para mais quatro lojas a ainda fornece lanches para eventos e produções locais como é o caso do Rio Ópera Funk.

Teste 3

“Eu ajudo da maneira que eu posso, porque não tem outra pessoa para ajudar a comunidade, e se essa pessoa sou eu, eu ajudo, na medida do possível. Quando tem evento na quadra e as pessoas me procuram, eu sempre ajudo, seja financeiramente ou com os produtos das padarias”. Durante todos os dias de gravações e ensaios do Rio Ópera Funk, que é um curta que foi feito de maneira independente, sem qualquer ajuda do governo, Anderson forneceu lanches para todo elenco e produção, o que foi de suma importância para que o projeto fosse finalizado com êxito.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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