Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades
Devido à crise sanitária mundial, causada pela pandemia de Covid-19, profissionais da saúde têm trabalhado sem descanso para cuidar de todos e são vistos por muitos como verdadeiros heróis. Mas, no Rio de Janeiro, temos uma figura fundamental para a promoção de uma vida saudável que, às vezes, é esquecida. Principalmente nas favelas, agentes comunitários de saúde representam a ligação entre o morador, o atendimento e o acompanhamento médico. Joelma Vasconcelos, de 39 anos, é um desses elos de cuidado.
Casada e mãe de dois filhos, Joelma, que mora na Chatuba, Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, é agente de saúde há 10 anos. “Inicialmente, me candidatei ao trabalho pelo salário, claro. Mas depois, com o tempo, aprendi a gostar do que fazia, pelo cuidado que temos com as pessoas. Nós levamos a demanda da comunidade para a equipe técnica, para ser resolvido, ajudar, promover saúde. Me sinto útil fazendo o que faço”.
Teste 3
Com o surgimento do novo coronavírus, Joelma conta que sua dedicação à saúde tem sido ainda maior. “No começo fiquei bem apreensiva porque é uma doença que ninguém conhece bem ainda. Hoje, fico mais tranquila porque sabemos quais protocolos seguir para evitar a proliferação do vírus. Mas algumas pessoas na comunidade não fazem as coisas que devem ser feitas, muitas vezes por falta de informação ou por não poderem mesmo. Não tem isolamento social, não andam de máscara e não se cuidam”.
O esforço de Joelma precisa ser redobrado devido à diversas informações falsas que chegam às comunidades. Essas fake news também têm sido disseminadas sobre a vacinação. “Atendo a localidade Frei Gaspar aqui na Chatuba, no geral, a vacina tem sido bem aceita e a maioria quer tomar logo. Mas agora, por exemplo, eles estão com receio de tomar a vacina Astrazeneca, porque ouviram falar que está dando reação. O trabalho de informar e esclarecer, isso tudo é constante”.
Ainda assim, a profissional da saúde tem muita esperança. “Apesar de vermos festa direto, bailes cheios e bares lotados, acredito na conscientização. Infelizmente, algumas pessoas só acordam quando a doença chega na própria casa. Muitos não ligam, acham que não vão ser atingidos. Mas sabemos que não é assim. Creio que o trabalho contínuo, de conversar com os moradores, vai mudar essa situação. Trabalhando com dedicação porque acredito que a história vai mudar”.