Após mais de 6 meses da sua morte, as investigações policiais enfim concluíram que o tiro que matou Kathlen Romeu foi disparado por um Policial Militar. O resultado vem depois de denúncias feitas Ministério Público contra cinco policiais que alteraram a cena do crime.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) concluiu, na segunda-feira (13), que um PM foi o autor do tiro que tirou a vida da jovem, de 24 anos, em junho de 2021, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio. A informação está contida no laudo da reprodução simulada do caso.
Relembre o caso
Kathlen Romeu, mulher negra, trabalhava como decoradora de interiores e também atuava no ramo da moda. Ela foi atingida por um disparo de arma de fogo enquanto pretendia visitar um parente na Vila Cabuçu, na comunidade de Lins de Vasconcelos, no dia 8 de junho deste ano. A jovem estava grávida de 4 meses.
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Na época, segundo relato de moradores, o tiroteio aconteceu de forma inesperada e, em poucos instantes, os barulhos de tiros tomaram conta do bairro. A jovem havia se mudado da localidade no fim de abril, por medo da violência na localidade.
A PMERJ negou que estivesse realizando uma operação na comunidade e alegou que agentes foram atacados. Entretanto, a família da jovem contestou essa versão, dizendo que não havia confronto na região e que os disparos partiram da polícia.
Manipulação da cena do crime
O Ministério Público do Rio chegou a denunciar, ao todo, cinco policiais por terem alterado a cena do crime. Foram eles: o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos da PM Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano. Nesta mesma denúncia, é apontado que os cabos Rodrigo Correia de Frias e Marcos da Silva Salviano que efetuaram os disparos. Um desses disparos atingiu Kathlen Romeu, matando-a no local.
Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. O policial militar Jeanderson Corrêa Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva (omissão de ação por parte do agente).
Ainda de de acordo como documento, os policiais militares retiraram o material que estava no local antes da chegada da perícia e ainda acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 milímetros deflagrados ( e um carregador de fuzil 556, com 10 munições inteiras. Mais tarde, este mesmo material foi apresentado pelos policiais na 26ª Delegacia de Polícia.
A investigação da Polícia Civil, até o momento, ainda não conseguiu determinar quem fez o disparo. Com isso, o inquérito deve ser encerrado até o início de 2022.