Plano de ação popular do Complexo do Alemão reúne reivindicações de organizações e traça objetivos para os próximos anos

Plano de ação popular do Complexo do Alemão reúne reivindicações de várias instituições e quer melhorias para 2023
O plano reúne propostas em 13 eixos temáticos. Saúde e juventudes são dois deles. (Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades)

Você sabe o que é um plano de ação? Talvez você já tenha ouvido essa expressão com algo relacionado à política: “O plano de ação do governo X é bom!” ou “O prefeito Y organizou um plano de ação para a cidade”. Bem, isso aí nada mais é do que um documento que organiza o trabalho necessário para atingir alguns objetivos num tempo determinado. Simples, né? 

Esses documentos são tradicionalmente organizados por políticos, mas vamos combinar que nem sempre eles sabem o que a gente precisa. Por isso, o Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão (Agenda 2030) é diferente!

Alan Brum é co-fundador do instituto Raízes em Movimento e é um dos organizadores do plano de ação. (Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades)

Lançado no dia 8 de dezembro do ano passado, o plano é resultado de muitas conversas entre moradores e lideranças. Ao longo de alguns meses, foram realizados debates que resultaram em propostas de mudanças efetivas para o território do CPX. 

“Realizar obras de infraestrutura urbana para melhorar a mobilidade de moradoras(es), especialmente crianças, idosos e pessoas com deficiência.”

Plano de Ação Popular do CPX do Alemão

Teste 3

A proposta acima é uma das muitas encontradas no plano. Essa faz parte do eixo temático mobilidade, mas a galera debateu também sobre saneamento básico, saúde, mulheres na linha de frente e mais 7 outros temas importantes para a melhoria da região. O plano é muito importante, pois…

“…reforça que moradoras(es) de favelas sempre foram protagonistas de suas histórias, produzem dados e conhecimentos sobre sua realidade e exigem que as ações voltadas para a favela sejam pensadas e efetivadas a partir dela, e não mais de fora pra dentro.”

Trecho retirado do Plano de Ação Popular do CPX do Alemão

A iniciativa foi organizada pelo instituto Raízes em Movimento com suas principais lideranças: Alan Brum, Samantha Sales e David Amen. A sementinha do plano começou com dois outros projetos do instituto: o “Projeto Juventudes em Movimento” e o curso “História e Memória do Complexo do Alemão”. Esses projetos foram cruciais para marcar o olhar dos moradores do Complexo sobre seu próprio território. A partir disso, iniciou-se a mobilização para a realização do projeto. 

Junto ao instituto, estiveram várias outras instituições na construção coletiva do plano de ação popular. São elas: Ocupa Alemão; Instituto brasileiros de lésbicas; CEPEDOCA; Escola quilombista Dandara de Palmares; EDUCAP; IBL; projeto Resgatando a Inocência; Amigos do Complexo do Alemão; Mulheres em ação; Abraço Campeão; Voz das Comunidades; Coletivo Papo Reto; CEM; MEAA; Oca dos curumins; e Vidançar. Todos esses juntos são responsáveis pelo que promete ser um marco na história do CPX do Alemão.

MAS ISSO VAI MUDAR ALGUMA COISA?

No dia do lançamento, estiveram presentes também políticos representantes dos três graus do poder público (municipal, estadual e federal). Anteriormente, no dia 12 de outubro, o presidente eleito Lula esteve no Alemão. Inclusive, uma de suas promessas foi investir mais em educação.

A ideia do Plano de Ação é mostrar a esses governantes que a favela sabe o que quer e o que precisa. Sobre isso, David Amen, organizador do plano, diz:

“Eu acho que esse plano é um projeto oportuno pro momento. A vinda do Lula, com certeza, trouxe mais visibilidade pro Complexo e isso vai contribuir bastante pra gente conseguir, de fato, seguir com as políticas públicas do plano.”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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