O transporte público da cidade do Rio de Janeiro sempre se mostrou como um debate muito presente na esfera pública. O preço das tarifas de mobilidade não condizem com a qualidade oferecida pelos veículos coletivos, principalmente no caso dos ônibus. No cotidiano da cidade, não é difícil se deparar com veículos lotados em situações precárias, principalmente na parte da manhã, quando o fluxo de pessoas para a região central da cidade é intenso.
Nas comunidades do Rio de Janeiro, a situação não é diferente. Além dos coletivos estarem em situações precárias, os passageiros ainda precisam lidar com os atrasos das linhas. A dona de casa Andreia Soares, de 43 anos, reclama do serviço prestado pelas empresas de ônibus. No dia da reportagem, encontramos ela no ponto de ônibus em frente à Rua Nova Brasília, no Complexo do Alemão. Andreia relata que utiliza, geralmente, as linhas 711, 629 e 292 e relata os problemas que encontra nos ônibus que utiliza. “O 711 é muito demorado. Cheguei aqui às 11 horas. Agora são 11h50min e nada dele aparecer”.
Andréia também relata que a falta de respeito por parte de alguns motoristas dificulta as viagens. Obesa, a dona de casa fala que muitas vezes precisa entrar no ônibus pela porta traseira. “As roletas dos ônibus não são adequadas para pessoas obesas. Então tenho que pedir ao motorista para abrir a porta de trás. Tem motorista que é bem educado e me auxilia para entrar no ônibus, mas tem alguns muito ignorantes, que às vezes nem abrem a porta. E tem uns que quando abrem, ficam fazendo piadinha e me mandam emagrecer”. Sobre a tarifa de ônibus, Andreia é objetiva. Os R$4,05 impactam muito no bolso da moradora do Alemão e as condições das viagens não condizem com o preço da tarifa. “Nesse verão, o calor era insuportável e os ônibus andavam com o ar condicionado desligado”.
Teste 3
A aposentada Dalva Pereira, de 67 anos, também é usuária das linhas 629 e 711. Ela também estava no ponto de ônibus no dia da reportagem e avaliou o serviço prestado pelas empresas. “Péssimo! O tempo que demora pra passar é muito grande. O único que presta é o 908. O resto demora bastante pra passar”, disse ela que utiliza os ônibus, geralmente, para transitar na região dos complexos Penha e Alemão.
Um ponto alto de reclamação dos usuários da região é o atraso de algumas linhas. Muitas vezes, a demora nem é por conta da empresa, mas sim por alguma interrupção do trânsito na região das comunidades. Alguns motivos de atrasos partem de blitz policiais ou de alguma ocorrência nas vias como veículos que quebram, o que não é diferente na questão dos coletivos. Com a precariedade do estado dos ônibus, não é raro encontrar algum coletivo parado em via pública, algo que acontece muito no encontro da Estrada do Itararé. Além disso, a superlotação em determinados horários também é um problema que afeta os usuários.
Atualmente, as linhas que atendem o Complexo do Alemão atualmente são 312, L485, L494, 621, 623, 908, 908SV, 622, 292, L492, 629, 711, 917, 917SV e 679 e muitas destas transitam na Avenida Itaóca e Estrada do Itararé, principais vias que recortam a região. Já o Complexo da Penha é atendido pelas linhas 679, 628, 622, 621, 721 e 313 e muitas destas linhas se encontram na principal via da comunidade: a Avenida Nossa Senhora da Penha. Além das linhas de ônibus, os usuários podem contar com os transportes alternativos, como vans e serviços de mototáxi, mas estes não conseguem atender a demanda da população inteiramente como o transporte coletivo.
As empresas do Rio de Janeiro possuem um contato disponível para usuários. A FaleOnibus é o principal canal de comunicação com a RioOnibus. No site www.faleonibus.com.br, é possível encontrar informações e entrar em contato com as empresas através de chat, e-mail ou telefone. Também há links para redes sociais e um acesso direto para o site Reclame Aqui.