Nascida e criada no Alemão, professora da UFRJ ganha repercussão internacional após pesquisa científica

Vanessa Damasceno ganhou destaque após divulgação de seus trabalhos de pesquisa sobre Terapia Floral

Foto: Acervo Pessoal

A luta de muitos moradores de favela para ter uma condição de vida melhor, correndo atrás dos seus sonhos, é constante. Uma dessas histórias que inspiram é a da Vanessa Damasceno Bastos que, durante sua trajetória de estudos, foi moradora da localidade do Loteamento, Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.

Professora substituta da UFRJ no departamento de saúde pública e professora titular da faculdade de enfermagem na faculdade de Vassouras, Vanessa, de 37 anos, conquistou o cenário de pesquisas científicas internacionais com o seu trabalho de tratamento com Terapia Floral.

Trajetória

Teste 3

Em 2003, Vanessa começou a trilhar seu caminho ao prestar vestibular para o curso de enfermagem da Universidade Federal do Rio. “Nunca quis fazer medicina. Queria ser uma profissional diferente. A enfermagem me deu essa oportunidade de ter um maior contato com o paciente”. Após se formar em 2007, atuou como enfermeira no hospital Federal do Andaraí e, posteriormente, ingressou na carreira militar na Marinha do Brasil, que era seu sonho. Neste meio tempo, ela foi se especializando em diversas áreas da enfermagem. Participou e foi premiada em diversos eventos científicos, cursando mestrado. Depois, com o doutorado em 2017, mergulhou no estudo das práticas de Terapia Floral.

O que é Terapia Floral?

Terapia floral é um método simples e natural de cura, que atua sobre o estado emocional das pessoas e não sobre a doença física. Os florais harmonizam e equilibram a personalidade, reagindo contra o estado de ânimo negativo, como irritação, medo, ansiedade, depressão, sentimentos de culpa, raiva, preocupação, que podem ser a causa real das doenças e da infelicidade. A terapia floral foi desenvolvida e descoberta pelo Dr. Edward Bach, um dos primeiros cientistas a estudar a compreensão entre as emoções com a saúde do corpo e a psique.

Foto: Reprodução

“Me apaixonei por essa área, por esse mundo alternativo, em ver como de uma forma natural, através de uma esperança retirada de uma flor, pode transformar tantas vidas”. Vanessa será a primeira doutora especialista na área de terapia floral no país. A tese de Vanessa começou a trazer para ela reconhecimento profissional pelo Brasil afora, com a pesquisa sobre o tratamento de ansiedade de mulheres climatéricas, com o uso da terapia floral.

Reconhecimento

Durante a pandemia, aumentou a busca por tratamentos alternativos, com produtos naturais, para sair da dependência de medicamentos clínicos. A convite do Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS), Vanessa escreveu, em parceria com os profissionais da UFRJ, mais especificamente o PIPA (Programa Integrado Pesquisa-Assistência), um artigo falando sobre o uso da terapia floral contra a HIV/AIDS. O artigo fez muito sucesso e ganhou voz no mundo. Suas publicações foram citadas por uma organização Internacional de pesquisadores na área da terapia floral, a Flower Essence Society.

“Você pensa em toda sua trajetória, aquela menina lá do alto, filha de costureira, conseguir lugarzinho no mundo, conseguir se formar, doutorado, viver uma experiência no militarismo na Marinha, e agora conseguir estar vivendo este outro sonho, com reconhecimento mundial”, disse Vanessa relembrando o antes e o agora.

No ano passado, Vanessa abriu uma empresa de consultoria. E, ainda neste ano de 2021, vai oferecer cursos de terapia floral com certificação aos alunos e até certificação internacional por conta dos seus trabalhos na área.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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