Grafitando em 3D: projeto cultural traz murais artísticos no Morro da Providência

Desde 2017, o Galeria da Providência promove a pintura de murais de arte urbana na comunidade

Foto: Ramon Vellasco/Divulgação

A presença de trabalhos artísticos dentro das comunidades cariocas auxiliam na transformação social dos moradores destes bairros, possibilitando a acessibilidade e democratização cultural. Contribuindo na expansão desses valores na favela mais antiga do Brasil, o projeto Galeria Providência promove a pintura de murais de arte urbana no Morro da Providência, Zona Central do Rio. Atuando desde 2017 na região, a iniciativa deste ano homenageia a porta-bandeira Dodô da Portela, matriarca da escola de samba Oswaldo Cruz e Madureira, que recebeu um desenho em grafite.

Com a intenção de destacar personagens e histórias, a intervenção artística, que está em sua quarta edição, prioriza a trajetória de personagens ou de cenas que conectam o universo artístico com o cotidiano da comunidade. Na edição anterior do projeto e na temática de saúde mental, a homenagem foi direcionada ao escritor Machado de Assis, que escreveu o livro O Alienista, que aborda essas questões. A iniciativa conta com a parceria de instituições do Rio de Janeiro, como o Museu de Arte do Rio, e também realiza atividades culturais, palestras, oficinas e apresentações musicais para os moradores do bairro.

“A gente achou que seria importante pros moradores e pro próprio Galeria resgatar as referências do próprio território. Uma das personagens que a gente achou que seria interessante falar seria a Dodô da Portela. A gente achou interessante tentar pegar um pouco da perspectiva dela desde quando ela veio de Macaé pra cá. Falar um pouco da infância dela. E depois fazer essa memória dos 100 anos dela pensando um pouco o que seria pra ela não ter um carnaval no Rio de Janeiro”, conta Hugo Oliveira, pesquisador cultural e idealizador do Galeria Providência.

A iniciativa Galeria da Providência acontece há quatro anos, homenageando artistas e personagens históricos.
Foto: Ramon Vellasco/Divulgação

O pesquisador também acredita no papel fundamental da arte na mudança social da sociedade e dos territórios que convivem com a situação de vulnerabilidade. Através dela, é possível desconstruir a imagem de violência associada a essas áreas.

“Quando você promove um evento como esse, pinta a casa dele, pinta o lugar onde ele tá passando, você está mexendo com cromoterapia. Você está falando de valorização de um lugar histórico. A gente promove um passeio turístico interno contando sobre a arquitetura do bairro. A Providência é a primeira favela do Brasil. A gente faz uma sinalização do percurso, a própria luta do reconhecimento das coisas que já ocorreram. Falar muito mais das riquezas e das coisas boas que a gente tem aqui do que só dos problemas”, finaliza.

O projeto incentiva a arte urbana carioca desde 2017.
Foto: Galeria da Providência/Divulgação

Teste 3

Para quem quiser acompanhar o trabalho e saber mais informações a respeito do projeto, podem acessar as suas redes sociais: Instagram e Facebook.


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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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