Festival Imersivo das Favelas realiza sua primeira edição em agosto; saiba mais

A ação tem como objetivo dar visibilidade a projetos que abordam artes visuais e tecnologias imersivas; as inscrições vão até 31 de Julho

Foto: Festival Imersivo das Favelas/Divulgação

Cada vez mais, o incentivo à inovação através das tecnologias afrofuturistas recebe espaço nas comunidades cariocas e em outras periferias Brasil afora, construindo um cenário de possibilidades e de oportunidades para produtores e artistas dessas regiões. Visando a amplificação dessa cultura nesses espaços, o Festival Imersivo das Favelas (FIF) realiza a sua primeira edição em agosto.

Em formato online e gratuito, o evento reúne jovens periféricos que atuam com propostas inovadoras nos dias 27, 28 e 29 de agosto e apresenta, como obra principal, o documentário “Na Pele VR” – o primeiro documentário em realidade virtual interativa produzido no Complexo do Alemão -.

Disponibilizando uma estrutura afrofuturista e focada em promover uma experiência presencial através da produtora Sete Léguas, os participantes acompanharão tal shows e workshops ao vivo sobre as possibilidades da realidade virtual. A iniciativa conta com a parceria da GatoMÍDIA e Coletivo Papo Reto e utilizará uma plataforma digital em 3D e com visão em 360°.

“A ideia após a criação do ‘Na Pele VR’ era fazer uma grande aparição no Brasil para chamar outros jovens negros e indígenas de periferias do Brasil a apresentarem suas produções visuais imersivas. Nós queremos ser um canal para abrir portas para esses artistas que são capazes de transformar a sociedade a partir de suas vivências e projetos”, explica a fundadora da GatoMÍDIA Thamyra Thâmara.

O evento tem apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil e da Ford Foundation que, desde o desenvolvimento do documentário no Morro do Alemão, ajudam a financiar projetos que saem das periferias. Além disso, o Festival Imersivo das Favelas ainda tem a participação de convidados especiais, como o DJ Rennan da Penha, Nina da Hora e Alice Pataxó para conversar sobre tecnologias sociais, ancestrais, low tech e high tech, a partir das artes visuais e mídias imersivas.

O Festival Imersivo das Favelas foca na cultura afrofuturista e na exaltação da cultura periférica.
Foto: Reprodução/Instagram Festival Imersivo das Favelas

“O time de apoiadores tem o propósito de inspirar, neste período de pandemia, jovens artistas e ajudá-los a realizar sonhos. Nadando contra as perspectivas de vida que apontam aos favelados, queremos dar oportunidades a adolescentes e adultos que têm medo da violência policial, de não conseguirem ajudar a família e de não poderem se sentir realizados com as coisas que gostam de fazer”, detalha Raull Santiago, fundador do Coletivo Papo Reto e um dos idealizadores do FIF.

O prazo para a submissão dos projetos aos interessados vai até o próximo sábado, dia 31 de Julho. Para participar, os inscritos devem ter de 17 a 30 anos e desenvolverem trabalhos contemporâneos que abordam artes visuais e tecnologias imersivas, como, por exemplo, projeção mapeada, 360º, 3D, programação, animação ou games, levando em consideração a estética afrofuturista através do Formulário do Google. A inscrição é permitida para artistas de todas as regiões do Brasil, desde que sejam indígenas ou negros, e moradores de periferias e zonas rurais.

Teste 3

O Festival Imersivo das Favelas será aberto ao público em geral, sem a necessidade de inscrição prévia. Além disso, pessoas que já possuem projetos focados na experiência da realidade virtual também podem participar. Basta entrar em contato com a produção do evento através das redes sociais.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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