Jefferson Quirino, conhecido como Deto, 32 anos, é nascido e criado no Morro do Turano, na zona Norte do Rio. Aluno da Falcons University, universidade de favela para líderes sociais, Jefferson é ativista e CEO do Coletivo Favela Radical. Em 2017, ele fundou o Favela Radical com objetivo de tornar o Morro do Turano a primeira favela radical do mundo, levando esportes radicais e oportunidades aos moradores. A realidade vivida por Jefferson motivou a criação do coletivo, que agora na pandemia ajuda no combate à Covid-19 no Turano.
“A minha história de vida está totalmente ligada à narrativa negativa que expõe a realidade da minha comunidade e o Favela Radical veio para mudar isso. Nós iremos romper barreiras e provocar uma revolução que deixe como legado um novo mindset sobre as histórias de superação da favela. Queremos protagonistas de outros palcos, mudar a vida das gerações futuras com acesso a oportunidade e desenvolvimento social”, afirma Jefferson.
Para amenizar os danos da pandemia nas famílias da comunidade, o Favela Radical realiza campanhas nas redes sociais e mobiliza parceiros. A meta é arrecadar recursos e distribuir doações, como cartões alimentação, cestas básicas, kits de limpezas e higiene. “Com a chegada da Covid-19, rapidamente nos mobilizamos para enfrentarmos a crise junto aos moradores. Entendemos que é de nossa responsabilidade como projeto atuante na comunidade e assumimos um papel na linha de frente do problema.”
Teste 3
O projeto se estendeu para atuar contra o coronavírus em outras comunidades, como no Morro Paula Ramos, em parceria com a associação de moradores local, e no Morro dos Prazeres, junto ao projeto ‘Educando Prazeres na Quarentena’.
Neste período de pandemia, os próprios moradores de diversas comunidades do Rio estão se mobilizam para ajudar famílias em vulnerabilidade social. Entretanto, para concretizar essas ações é necessário a ajuda e solidariedade de doadores. Jefferson conta que a maior dificuldade do Favela Radical é continuar garantindo o atendimento às famílias, pois as doações diminuíram nos últimos meses.
Devido ao isolamento social, algumas ações do Favela Radical precisaram ser reinventadas. Um exemplo é a Oficina de Robótica e Sustentabilidade, que não parou e está alcançando virtualmente crianças e adolescentes da comunidade com a interação por meio de chamadas de vídeo. “Eu acredito que se implementarmos tecnologia no dia a dia da molecada, nós teremos jovens e adultos ocupando outros espaços como nas grandes empresas, e trabalhando para resolver os problemas da favela, com formação adequada e diplomas conquistados”, ressalta o criador do projeto Favela Radical.