Buscando o equilíbrio: Professor oferece aulas de yoga gratuita para moradores do Vidigal

Pouco vista nas comunidades do Rio, a prática do yoga traz diversos benefícios para a saúde, corpo e mente
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Foto: Parceiros do Vidiga

No Morro do Vidigal, na Zona Sul da cidade, a chegada de um projeto de yoga vem auxiliando os moradores da comunidade na busca pela paz e equilíbrio. Comandado pelo professor “Xico”, o projeto vem há 2 meses fazendo diferença na vida das crianças, jovens e adultos da favela.

O yoga é um conceito que se refere às tradicionais disciplinas físicas originárias da Índia. A palavra está associada com as práticas meditativas ou como uma forma de exercício. A prática asiática chegou no Vidigal graças ao professor Francisco Soares de Gusmão, mais conhecido como Xico, de 33 anos. O instrutor é morador da comunidade há 2 anos, mas já está fazendo muito pela favela como mostrou a página Parceiros do Vidiga. Após perder o emprego por conta da pandemia no ano passado, decidiu pegar seus conhecimentos e ofertar para a comunidade. “Gratificante trazer a filosofia oriental e a prática de exercício físico pras pessoas é minha missão de vida. Os alunos têm gostado muito das aulas, sinto que o yoga ajuda a trazer paz e uma vida melhor pros alunos”, comentou o Chico. 

Chico afirma como a filosofia de não-violência do yoga ajuda a alimentar uma realidade mais saudável e menos conturbada.
Foto: Dan Del Miro

Teste 3

A prática do yoga ainda é pouco conhecida nas favelas e, às vezes, causa um estranhamento por parte de muitos. Mas, ela traz muitos benefícios para o corpo e mente, sendo a força física, emocional, o peso e a flexibilidade, além de ajudar a reduzir o estresse, aliviar a ansiedade e melhorar a concentração. “As pessoas acham que yoga é só contorcionismo e coisa de circo. Quando, na verdade, a parte física do yoga só existe para criar um corpo forte o suficiente para conseguir sentar e meditar por mais tempo possível tentando se conectar com Deus. Existe um certo preconceito da questão religiosa também, quando cantamos um mantra ou fala sobre Deus. Yoga não é uma religião e sim uma filosofia de vida onde todas as crenças e religiões são bem vindas”. Relatou o professor.

Chico ainda explica como o yoga traz muita consciência sobre como funciona o corpo que a alma habita. E isso melhora a relação com as pessoas, com o mundo, e como este exercício pode trazer muitos benefícios aos moradores de favela. “Acredito que, se queremos paz e saúde, temos que investir naquilo que traz paz e bem estar. A violência nunca resolveu nada em nossas vidas, pelo contrário. Então esse trabalho é muito importante para as favelas, visto que ainda existe muita violência sendo trazida de fora aqui pra dentro”. Chico espera que possa levar esta prática para outras comunidades do Rio.

A prática do yoga com crianças.
Foto: Parceiros do Vidiga

O projeto acontece na Associação de Moradores do Vidigal, todas às terças e quintas-feiras, às 15h, para a turma infantil. Às 16h, o Hatha Yoga para adultos. A inscrição é gratuita e feita diretamente na secretaria da Associação de Moradores do Vidigal. Para crianças e adolescentes, entre 4 e 13 anos, é totalmente gratuita. Os adultos podem fazer uma contribuição de ajuda de custos, mas é opcional. Para mais informações basta entrar em contato com o número (21) 98061-2900.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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