Moradores do Alemão são atacados por abelhas e dois cães morrem por conta das picadas

Um morador de 60 anos foi encaminhado para a UPA do Alemão com mais de 20 ferroadas.
(Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades)

Um enxame de abelhas atacou moradores da rua Viúva Mendonça, no Complexo do Alemão. Segundo relatos de moradores, três pessoas foram atacadas e dois cães morreram por conta das picadas.

Os ataques ocorreram terça (24) e quarta-feira (25), ambos na parte da tarde. A vizinhança da rua Viúva Mendonça já tinha conhecimento da colméia, mas foi pega de surpresa pelas abelhas nesses dias. O enxame ficava dentro de uma casa e o ataque de quarta acabou vitimando alguns moradores. Um deles foi Luis Fernando, de 60 anos, que foi encaminhado para a UPA do Alemão. Michele Cristina Marcos, de 41 anos, filha de Luis, falou sobre o ataque. “É muito estranho porque nunca aconteceu isso. Tem mais de três anos. Alguma coisa aconteceu pra elas atacarem assim. É muita abelha. E eu tava subindo pra ver como tava o Luís (durante o ataque) e entrou abelha no meu cabelo e eu gritando igual uma desesperada. Deus me livre!”

Renato Cosme Silva, de 41 anos, é padrinho de Luis. Ele relata que acionou os bombeiros em ambos os ataques. “Ontem, fomos até os bombeiros. Eles vieram e avisaram que não cuidam dessa parte das abelha. Só socorreram quem podiam socorrer. Aí hoje não quiseram voltar porque eles falaram que onde moramos era área de risco. Aí eu tive que sair correndo atrás deles e levar eles até lá. Mas só vieram depois de 40 minutos.”

Michele e Renato aguardavam resultado do atendimento de Luis Fernando, que tomou mais de 20 ferroadas
(Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades)

Teste 3

A equipe do Voz das Comunidades esteve na rua Viúva Mendonça e flagrou o enxame de abelhas pela vizinhança. O comerciante Daniel Prado, de 42 anos, tem uma barraca de lanches na rua. Ele contou que também foi atacado. “Levei ferroada ontem e hoje. Hoje foi mais ainda. Ainda bem que eu não sou alérgico. Ontem o nosso amigo, o Luis, me ligou pedindo socorro. Só que a gente não consegue entrar dentro da casa dele porque era muita abelhas. Aí ele fechou tudo e ficou dentro do quarto. Quando amenizou, ele saiu”, contou. Com o supercílio inchado por conta de picadas, disse que o segundo ataque, na quarta-feira, já foi mais crítico. “Elas atacaram o Luis de novo e fomos lá tentar ajudar ele. Mas era tanta abelha que não conseguimos chegar. Eu desci correndo as escadas e pulei na piscina do vizinho pra me livrar delas.”

Edson da SIlva, 56 anos, era dono de dois cães pitbulls. Ambos morreram por conta das picadas das abelhas. “Foram muitas picadas. Tentei dar vacina pra eles, mas não deu tempo”, contou. Ele andava com uma lata de repelente para os insetos quando concedeu entrevista ao Voz das Comunidades.

Apicultor foi chamado pela vizinhança para remover a colméia do local (Fotos: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades)

Em caso de enxame de abelhas, o que fazer?

A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a Prefeitura do Rio de Janeiro para questionar a ocorrência de casos de ataques de abelhas. De acordo com eles, em caso de vítimas, moradores deverão entrar em contato com bombeiros, através do número 193. Já para remoção de colméias, o morador deverá entrar em contato o serviço de zoonoses, pelo telefone 1746. O serviço também pode ser solicitado pelo site ou pelo aplicativo.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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