Com a ambição de quem descobre um novo mundo a cada apresentação em cima do palco, Gabriela do Nascimento, mais conhecido pelo vulgo artístico de Ella Fernandes, transforma em música a sua história e de outras mulheres negras que acompanharam o seu processo como artista, mãe e de origem periférica. Moradora de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a cantora de 28 anos é uma das presenças confirmadas no Palco Favela do Rock In Rio deste ano. E, junto com “ella”, toda a temática da ancestralidade dos povos pretos estará presente no “setlist” (lista de canções para o evento).
Pensado por Rodrigo Pitta, diretor artístico que já colaborou com grandes apresentações no RiR, como o de Anitta, o show de Ella Fernandes investe no tema de “Vedete de Favela”, onde a cantora misturará os principais clássicos do R&B, Soul, MPB e canções autorais. Marcada para o dia 11 de setembro, das 16h30 às 17h35, a performance será a primeira em um grande festival da artista.
“A expectativa é enorme, né? É uma mistura de ansiedade com felicidade. É muito bom levar um show para um novo público, de apresentar minha arte e mostrar que sou uma pessoa plural. Sou uma mulher negra, mãe e de favela e que entende as pautas mais relevantes na nossa cultura que envolve nossas regiões. Atualmente, é a favela que exporta a cultura para o mundo, seja do Rio de Janeiro ou de outros locais. A Anitta é um grande exemplo disso”, destaca.
Cantora há quatro anos, Ella entende que a chegada da pandemia do coronavírus, no final de 2020, potencializou sua veia artística pela necessidade de redescoberta e de exploração de novas áreas, tanto pelo impacto social da quarentena como na questão econômica, já que muitos lugares estavam fechando os negócios ou realizando demissões em massa. Foi neste período conturbado que ela se dedicou exclusivamente à música.
“A quarentena possibilitou um foco maior na carreira musical já que tive mais tempo para ficar em casa por questões de saúde e também financeiras, né? Antes, de forma ativa, trabalhava todos os dias fora de casa. A pandemia brecou isso e consegui ter mais tempo para me conhecer também”, explica a mãe de Israel, de 5 anos.
Teste 3
Atualmente, a autora da música “Barbie de Rua” também trabalha como atriz, seja em peças de teatro ou em novelas. Recentemente, ela participou do filme “Nosso Sonho”, que conta a trajetória da dupla Claudinho e Bochecha, que marcaram os anos dois mil com seus funk românticos e melódicos. Além desta gravação, a cantora interpreta a mãe de Elza Soares na peça para um público infantil, que estreia no dia 6 de agosto com o nome “A menina do meio do mundo”.
Como os palcos se tornaram pequenos para as grandes ambições de Ella Fernandes, a artista também contribuiu com a trilha sonora de um novo filme da Netflix que estreou: “Barba, cabelo e bigode”. A canção “vai ficar tudo bem”, disponível em todas as redes de streaming, acompanha a saga de um casal na produção audiovisual. “Eu sou uma mulher que tem os sonhos do tamanho de uma avenida, ou melhor, do tamanho da Sapucaí”, comenta.