Completado um mês de implantação do programa estadual Cidade Integrada no Jacarezinho, no dia 19 de fevereiro, a ação do Governo do Estado do Rio não cumpriu com todas as metas estabelecidas em seu planejamento. Com isso, deixa a desejar na perspectiva de transformação social, no desenvolvimento de iniciativas direcionadas à área de educação, de saneamento básico e construção das moradias elaboradas nos propósitos do projeto do governador Cláudio Castro.
De acordo com a população local, o projeto implantou apenas a iniciativa de assistência social “Clube da Luluzinha”, que atende mulheres de até 30 anos auxiliando na capacitação e nas questões financeiras. Conforme os dados compartilhados pela Mídia Alternativa e Comunitária do Governo, núcleo de comunicação responsável pelas temáticas relacionadas às comunidades cariocas, mais de 250 mulheres foram inscritas no Programa Desenvolve Mulher.
Além desse indicador, o departamento ligado ao governo estadual compartilhou outros informativos produzidos na favela da Zona Norte. No setor social e econômico, as informações divulgadas apontam que foram realizados mais de 8,6 mil atendimentos de emissões de documentos, balcão de empregos, saúde e lazer. Ainda nesse contexto, 892 cadastros no Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ), 1.300 comerciantes na liberação de créditos a juros de 0% pela Agência Estadual de Fomento (AgeRio), mais de 400 alunos matriculados nas aulas de zumba e ginástica funcional no projeto Esporte Presente.
Já na área de obras de infraestrutura e meio ambiente, a equipe de comunicação comunitária anunciou que teve mais de 1,6 mil toneladas de resíduos retirados dos rios Salgado e Jacaré, reestruturação da Escola Luiz Carlos da Vila e reformas nos Centros de Referência da Juventude, iniciadas as obras de saneamento pela concessionária Águas do Rio, intervenções na urbanização com mais de 600 buracos consertados e o Programa na Régua, que recrutou na região assistentes sociais, arquitetos e técnico de edificações, articuladores comunitários e um auxiliar de serviços gerais.
Porém, segundo os moradores do Jacarezinho, que solicitaram privacidade na identificação, a Cidade Integrada não entregou boa parte dos dados apresentados. Diretamente, a população disse que a ação só reproduz as antigas políticas de violência urbana, com inúmeros relatos de violação dos Direitos Humanos na região, como abuso psicológico, físico e sexual.