Desde 2011, iniciativa de poesia promove encontro de poetas na Cidade de Deus

O projeto Poesia de Esquina conta com mais de 60 artistas e facilita o acesso à cultura na comunidade da Zona Oeste
Foto: Marcos Vinicíus de Souza/Divulgação
Foto: Marcos Vinicíus de Souza/Divulgação

De certa forma, a presença da arte nas comunidades cariocas fortalece o processo de transformação social nesses territórios, facilitando o acesso a novas oportunidades e experiências para os moradores. E, há 11 anos, a iniciativa Poesia de Esquina traz essa realidade na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em formato de sarau e com a participação de mais de 60 poetas locais, o projeto realiza a democratização da leitura, do estímulo à arte, na formação de leitores e, além disso tudo, no desenvolvimento pessoal dos participantes. Para Viviane Potyguara, de 31 anos, uma das lideranças da iniciativa, o movimento representa a solidificação dos escritores da favela, pois mantém um vínculo regular de encontros, ajudando na troca artísticas.

“Os artistas que participam sempre se posicionaram como poetas, de amante da poesia, mas a gente não tinha um espaço ou um programa regular para facilitar essa troca de experiência. Então, em 2011, tivemos essa ideia de promover um Sarau para facilitar isso. Através dessa iniciativa, a ação se expandiu e começamos a agregar bairros vizinhos, cidades próximas e, também, já aconteceu de poetas de fora do Rio de Janeiro participarem”, comenta.

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Viviane Potyguara, uma das lideranças da início
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Ela, que atua em outras ações que fortalecem o laço artístico na Cidade de Deus, como a Esquina Editorial (a primeira editora de livros com sede em uma favela do Rio de Janeiro) e a oficina literária Vozes Fundamentais, ressaltou a importância destas iniciativas nas comunidades do Rio de Janeiro, que muitas vezes não possuem o acesso ou não desfrutam destas oportunidades.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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