Creche no Alemão promove ação de combate à violência doméstica

No último Dia das Mães, a Jardim Escola Estrelinha recebeu mães da comunidade, distribuiu cartilhas e presentes

Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

“Eu me sinto bem aqui, meus filhos e netos também. É como se fosse minha casa”, comenta Dona Moema enquanto explica a sensação de ser ouvida e entendida no Jardim Escola Estrelinha. De origem humilde, a moradora do Complexo do Alemão destaca a importância da creche em sua trajetória. Pois, foi ali que ela compartilhou os relatos de violência doméstica e de abusos que sofreu em alguns momentos da sua vida.

Dona Moema, moradora do Complexo do Alemão
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Localizada na Rua São Pedro, 41, na Área 5 do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, a creche Jardim Escola Estrelinha promoveu, no último Dia das Mães, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, uma campanha contra a violência doméstica, feminícidio e racismo. Criada pela “Tia Rosângela” há mais de 35 anos, o centro de educação infantil é uma companhia diária para as mães e familiares dentro da comunidade.

“O tratamento que a gente recebe aqui é único. É um lugar que nos acolhe, de escuta e de compreensão. Quando sumimos por muito tempo, elas nos ligam, nos procuram em casa e tudo mais. Antes, eu me sentia culpada pelas agressões e situações que vivi. Hoje, entendo que a culpa não é minha”, explica Dona Moema.

Teste 3

A iniciativa da creche Jardim Escola Estrelinha disponibilizou materiais de combate à violência doméstica e contou com palestras e discussões sobre o tema. Além desses destaques, a ação distribuiu presentes para as mães do Complexo do Alemão.

É importante ressaltar que, durante a pandemia do coronavírus, os casos de violência doméstica duplicaram. De acordo com os dados do projeto “Justiceiras”, em 2021, a quantidade de denúncias passou de 340 por mês para 658 em março.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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