Danrley Ferreira comenta a importância da favela no programa Big Brother Brasil

Morador da Rocinha, Danrley ressalta a importância de ter moradores de favelas participando do programa

Foto: Reprodução

Na noite desta segunda-feira (25) se inicia mais uma temporada do reality Big Brother Brasil (BBB). O programa chegou a sua vigésima primeira edição e ao decorrer desta trajetória contou com a participação de alguns cariocas, moradores de favela. Danrley Ferreira foi um dos que teve sua vida alterada após o BBB.

Ainda sendo algo pouco frequente em suas temporadas, o Big Brother Brasil teve participantes que são crias de favelas da cidade do Rio. Danrley Ferreira foi um destes integrantes. Criado na favela da Rocinha, Zona Sul da cidade do Rio, aos 19 anos esteve na casa mais vigiada do Brasil na sua décima nona edição.

Teste 3

“Dois anos depois e eu ainda não sei definir como foi participar do programa, mas eu estaria mentindo se não dissesse que foi uma experiência incrível, que inclusive, poucas pessoas no mundo tem a oportunidade de vivenciar. Estar dentro da casa é uma mistura de felicidade, com estresse e saudade da família. Além disso, eu nunca estive tão perto de ser milionário como naqueles dois meses que vivi dentro daquela prisão de luxo”, contou Danrley.

Mudança de vida

O jovem na época dava os passos iniciais na faculdade de Biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, dividia o tempo vendendo picolé nas praias da Zona Sul. Após sua participação no BBB, sua vida se transformou. Teve a oportunidade de sair do anonimato e ficar conhecido por todo o Brasil. No entanto, não deixou suas origens. 

Danrley na comunidade da Rocinha. O ex-bbb visa produzir conteúdos relevantes para a favela
Foto: Reprodução

“O que não mudou foi a parte principal: morar na Rocinha. Muita gente diz que na primeira oportunidade que eu tiver vou sair daqui, mas não é verdade. Se eu quisesse, já teria ido para outro lugar. Mas sinto que ainda posso fazer algo legal pela juventude daqui e esse é o motivo principal de continuar. Fazer por eles o que um dia fizeram por mim. E para isso, preciso estar de dentro, preciso estar aqui”.

Atualmente Danrley Ferreira produz conteúdo para as redes sociais, além de atuar no teatro, com a peça ‘Oboró – Masculinidades Negras’, escrita por Adalberto Neto, dirigida por Rodrigo França, ex-BBB também. “Na minha opinião é de extrema importância que pessoas que moram em favelas e periferias participem do programa. A grande mídia ainda passa uma imagem estereotipada dos moradores de favela. E o BBB, por ser campeão de audiência no Brasil, pode ser responsável por desmistificar parte desses estereótipos. Além do mais, é importante que os jovens se vejam representados também nesses espaços”.

O último morador de favela a participar do programa foi o ator Babu Santana. O “Paizão” foi o quarto colocado na edição do BBB 20. Babu é cria do Morro do Vidigal, Zona Sul do Rio. Foi um dos destaques da última temporada, principalmente por seus discursos trazendo conscientização social e racial aos outros participantes. 

Babu Santana faz uma selfie durante o confinamento na casa do BBB
Foto: Reprodução

Alguns dos outros participantes que vieram das favelas cariocas e participaram do BBB

  • Bianca Andrade (Boca Rosa) BBB20, Parque União, Complexo da Maré, Zona Norte.
  • Fernando BBB15, Favela de Vigário Geral, Zona Norte.
  • Cadu BBB10, Mangueira e Morro do Turano, Zona Norte.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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