Doenças transmitidas por mosquitos afetam comunidades do Rio

Da comunidade Parque Everest, Viviane Souza, de 38 anos, está com chikungunya há uma semana e diz que sua mãe, pai, irmã e cunhado também foram infectados com o vírus

Além da Dengue, Zica e Chikungunya: Mayaro é o novo vírus descoberto por pesquisadores

O Estado do Rio de Janeiro apresentou mais da metade dos casos de chikungunya do país nos três primeiros meses desse ano, totalizando 6.765 registrados, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde. Em dezembro, o órgão fez um levantamento que informou que a capital estava em estado de alerta e desde então, a situação permanece.

O transmissor é o mosquito Aedes Aegipty, o mesmo que dissemina as doenças Dengue e Zica. O inseto precisa de água parada para se reproduzir e os meses chuvosos são os mais propensos a ter casos do vírus. Os sintomas característicos da infecção são dores de cabeça, febre, dores intensas
nas articulações, dores pelo corpo, náuseas e vômitos. Em casos alguns casos, as dores podem se estender por anos.

A moradora de Inhaúma, Julia Arnaus, de 28 anos, conta que sentiu a maioria dos sintomas da doença. “Comecei a sentir uma febre do nada, meus olhos ficaram vermelhos e eu até alucinei. Foi uma febre que eu
nunca tinha sentido (…) E aí vieram as pintinhas, a coceira e a dor nas juntas infernal, de não conseguir andar. Passaram-se dois meses e eu ainda acordo com a mão inchada, meu corpo todo inchado’, afirma
Julia.

A jovem revela que não consegue fazer as coisas como antes devido as dores intensas no corpo. Julia fala também que a falta de conscientização da população faz com que a região tenha muito mosquito, já que é comum encontrar pessoas que tem mais de um caso da doença na família.

Da comunidade Parque Everest, Viviane Souza, de 38 anos, está com chikungunya há uma semana e diz que sua mãe, pai, irmã e cunhado também foram infectados com o vírus. Ela também ressalta que na vizinhança existem vários pontos de água parada. “Aqui na comunidade Parque Everest tem vários pontos de foco de mosquito, devido a remoção das
casas. Tem muitos anos que o carro fumacê não passa. Tem muita gente com Chikungunya por aqui”, relata.

Nesse mês de maio, pesquisadores da UFRJ descobriram que o vírus Mayaro, um parente da chikungunya que está circulando pelo Estado, é transmitido pelo mosquito Haemagogus, mesmo transmissor da febre amarela.

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]