Parceria com Instituto Reação e ONG Escolar Meninos de Luz do Pavão-Pavãozinho pode revelar talentos do judô

A diferença de idade entre a ONG Solar Meninos de Luz e o Instituto Reação é de cerca de 9 anos, sendo a Solar a mais antiga. A diferença de idade, no entanto, não impede as duas de existirem com um mesmo propósito: transformar a vida dos jovens. E foi a partir disso que as duas se uniram para oferecer aulas de diversos tipos de esporte para os alunos da ONG Solar, que fica em um dos acessos ao Morro Pavão Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul do Rio

O Instituto Reação foi fundado em 2009 pelo medalhista Olímpico Flávio Canto. A parceria entre eles nasceu, segundo o ex-judoca, a partir da admiração pelo trabalho que a ONG já fazia há muitos anos “O Solar é um projeto que a gente já admira há muito tempo e quando encontramos um parceiro que tem a mesma linguagem que a nossa, que é ter como ponto mais importante mudar o mundo, ele é o parceiro ideal”, disse Flávio.

Flavio não esconde o orgulho que é ver jovens participando e cada vez mais tendo interesse em ter o esporte como profissão e revela “Investindo no esporte a gente pode contribuir para a melhora de vida de cada um”.

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Apesar de o aulão ter acontecido há pouco tempo, as aulas dessa parceria já acontecem há cerca de três meses e têm como principal objetivo utilizar o esporte como instrumento educacional e de transformação social.

Atitude de mudança após tragédia

Dona Yolanda Maltaroli, de 78 anos, é psicóloga e fundadora da Solar Meninos de Luz. O seu trabalho de assistência na comunidade começou há cerca de 32 anos, após a queda de uma caixa d’agua que causou a morte de dezenas de moradores e deixou outros desabrigados. Ela conta que percebeu que o único jeito de mudar a realidade do local era levando a educação. Antes mesmo de ganhar esse nome, A Solar, segundo Dona Yolanda, já prestava trabalho de assistência na Comunidade desde o início da década de 80 “A gente atuava junto às famílias mais vulneráveis do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo com visitas aos lares, doações, reorganização física da casa”, conta.

Pra ela, a parceria entre a ONG e o Instituto Reação é de grande e importância e muito útil para os alunos, pois ambos buscam a transformação social “Como o Instituto Reação busca, através do Judô, não apenas a prática dentro do tatame, mas a transformação social de seus alunos, para que sirvam, como cidadãos, à sua cidade, ao seu país, formando também “faixas pretas fora do tatame”, a identificação com objetivos e propostas entre Solar X Reação é perfeita e muito útil para nossos alunos”, revela.

O Projeto que no início funcionava apenas como creche, atende hoje cerca de 420 jovens, com aulas até o terceiro ano do Ensino Médio. O Juan Joseph é um dos alunos e  conta que conheceu Flávio Canto após sua participação em um concurso de dança na TV, foi então que ficou sabendo da sua trajetória com Judoca, “Na época eu fazia judô,  procurei saber tudo sobre ele, pesquisei na internet e acompanhei seus vídeos e projetos”, contou.

Juan Joseph e ex-judoca Flávio Canto
Juan Joseph e ex-judoca Flávio Canto

Hoje com 16 anos de idade, Juan Joseph frequenta a ONG há 12 e participa de diversas atividades, judô, futsal, basquete, yoga e oficina de percussão. Ele não esconde a satisfação que foi conhecer o ex-judoca, “Seus vídeos motivacionais me inspiraram e, anos mais tarde, me vejo fazendo parte de um projeto dele aqui no Solar e ainda tive a oportunidade não só de conhecê-lo, mas também de dividir o tatame com ele”, revela o jovem, que diz ainda que a além das diversas oportunidades a Solar lhe dá sensação de bem estar e segurança.

A ONG – Escola Solar Meninos de Luz fica na Rua Saint Roman, 142, Copacabana

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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