ARTIGO DE OPINIÃO: Vivemos em um mundo onde quase tudo é ao contrário. Rico famoso entra de graça em festa chique e pobre mesmo se pagar, não pode nem passar na porta. Mas, não é sobre festa que eu quero falar, e sim sobre as leis, as suas aplicações, e a exposição de quem infligiu a lei, dependendo da sua cor e classe social. Inversão de valores. Eu afirmo sem medo de errar que a lei no Brasil é para todos. Mas aí alguém pode dizer que eu estou ficando louco, “porque a lei aqui é só para pobre e preto”. Sim! Olhando por este lado eu também concordo, porém, o que eu quero dizer é que a lei brasileira é “a mesma” pra todos, só se divide em punições e benefícios de acordo com o infrator. Por isso reafirmo que em sendo assim, a lei é pra todos. Não entendeu? Permita-me esclarecer: quando um rico, ou um famoso, ou um político inflige a lei, em qualquer instância, indiferente e independente do crime; a mesma é aplicada, mas em caráter benéfico; a começar pela não exposição da sua imagem, ou a não divulgação do seu nome. E segue-se com o direito a uma ligação, a não ser algemado, a trocar de roupa, a levar pertences no ato da prisão, a não ir na bunda do camburão, direito de defesa por um advogado particular, a aceitação de habeas corpus por parte dos juízes, a quebra do flagrante, prisão domiciliar, tornozeleira, responder em liberdade, pena convertida em prestação de serviços (onde melhor atender o autor do ato), pagamento de cesta básica, e principalmente absolvições assustadoras, em alguns casos. Já quando é um pobre, a coisa muda de figura, e a mesma lei é aplicada, só que, em caráter punitivo. Ou seja: sem o direito de defesa, lavram o flagrante (muitas vezes forjado), o pobre é acusado, algemado, julgado, condenado, e exposto ao público, tendo imagem, dados pessoais e até familiares apresentados (isso bem antes de todo o procedimento citado acima) sem ter se quer o direito de preservar sua imagem.
Quando acontece de um rico, famoso, ou político ficar “preso”, a lei mais uma vez é cumprida no seu caráter benéfico, pois, as regalias são várias, tipo: tão logo ou bem antes de ter direito a progressão de regime, ele já desfruta de vários benefícios dentro do sistema prisional, coisas que um pobre jamais vai ter, como vemos em noticiários todos os dias. E como é de praxe o pobre ficar preso mesmo, ele não tem direito a nenhum tipo de regalias, é tranca dura e pronto. Porém, mais uma vez alguém poder questionar: “Mas vemos nos jornais presos pobres curtindo em presídios?” Sim! Eu também vejo, mas, alguém tá pagando por aquilo. Logo, tem dinheiro envolvido, e aí se chega onde eu quero chegar de fato. No Brasil, quem tem dinheiro não fica preso, e se ficar e como se estivesse solto. Dito isso, fica claro que a lei em nosso país é aplicada como já disse várias vezes, de acordo com a cor e a classe social. Nada de olhar o grau do delito e sim, a conta do delinquente.
Finalizo dizendo que tem muito pobre preso que já pagou até mais do que devia, precisando ser solto, isso sem falar dos que foram preso injustamente; mas a lei, além de lenta para analisar (neste caso) é omissa e opressora. Enquanto isso tem muito rico solto precisando ir preso porque não pagou nem 1% do que deve, isso sem falar dos que estiveram presos legitimamente, e foram soltos como inocentes, mas, a maldita lei além de rápida (nesse caso), é parcial e boazinha. A justiça de fato é cega. Mas, depende muito de cada caso. No caso do rico a justiça é cega e deixa ele livre. No caso do pobre a justiça é cega e deixa ele preso. O sistema brasileiro além de omisso, é preconceituoso, manipulador e parcial. Enquanto ricos, famosos e políticos estão por aí infligindo as leis com a certeza da impunidade, pobres estão pagando o pato, e lotando as cadeias, sem a certeza de justiça. Resumindo: rico quando rouba é doente, cleptomaníaco; pobre quando rouba é safado e criminoso. Rico pego com drogas e viciado e precisa se tratar; pobre preso com drogas é traficante e precisa ser preso.