Aprendam com eles, adultos

CRÔNICA: Existem várias maneiras de passar tempo quando se é criança. Claro que nos tempos hoje a brincadeira fica por conta dos aparelhos digitais. Smartphones, tablets… coisa que eu só fui ter aos 18, a criançada de hoje tem aos 5 anos. Mas tem algo particular, ou melhor, um esporte muito especial que não sai de moda. Entra geração, sai geração, mas a paixão é a mesma: o futebol, ou como é conhecido, a pelada.

Quando chega aquele período de férias, é comum que eu abra o portão e dê de cara com alguns garotinhos chutando bola pra todo lado. Tem aquele momento épico que a bola cai no quintal do vizinho e causa aquele desconforto no jogo, e de vez em quando temos que ouvir aquela frase que dá arrepios; Se cair aqui de novo eu não devolvo! Mas a vontade de jogar é maior que a bronca do vizinho.

O melhor do ânimo da criança, é que nenhuma dificuldade impede que ela faça o que quer. Os maiores campeonatos de futebol aconteceram em um morro, num lugar chamado Vila São Jorge, em Belo Horizonte. Eu tive algumas participações nos jogos quando corria atrás da bola quando ela descia morro abaixo. Fazia isso para poupar um ou outro menino que estava descalço. Eles, muito agradecidos, me abriam um sorrisão e deixava a bola rolar de novo. Literalmente rolar.

Teste 3

A diversão vem de coisas tão simples. É bom depender dessas pequenas alegrias pra ser feliz, assim você não se torna uma pessoa egoísta, cheia de vaidades e gananciosa. Nós adultos temos que aprender mais com as crianças. Correr atrás da bola cada vez que ela rolar na descida. E subir o morro feliz com ela nas mãos. Como se tivesse carregando o troféu da Fifa. Como se estivesse na final da Copa do Mundo. Como se sua única preocupação fosse jogar futebol, e se sentir satisfeito por isso.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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