De um Rio de verdade. Não que esse que passa na televisão não seja verdadeiro, mas ele não é o único. Se ficar apenas nos telejornais parece que o Rio foi uma ideia que não deu certo, um projeto que está falido. Não, esse não é o meu Rio. Quero falar de um Rio que vem dando certo sim, que a única falência que declaramos pra ele é a ociosidade. No Rio, tem soldado do crime sim. No Rio, tem guerra sim. No Rio, tem rajada de metralhadora, mas também tem soldado das letras. Um criolo de nome Jesse, mais conhecido como Andarilho, o menino de Antares. Declarou guerra contigo mesmo e saiu metralhando rajadas de letras em forma de crônicas, poemas e histórias. E hoje, o criolo é escritor e vai nas escolas da comunidade mostrando que quando educação e cultura andam juntas não importa se for na comunidade ou em Ipanema o resultado será o mesmo – sucesso. Esse é meu Rio…
Quero falar da minha Rocinha. Não essa Rocinha ocupada por traficantes e policiais, essa existe sim, infelizmente. Mas existe uma outra Rocinha. De trabalhadores, de milhares de pessoas carregando suas histórias e sonhos. Nessa Rocinha um outro criolo, Edu Carvalho, mais conhecido como Edu da Rocinha pegou esse monte de histórias e juntou com o seu sonho. Nasceu um grande jornalista. Sim, esse Edu que está ai no programa do Bial com essa galera que anda fazendo a diferença na sua quebrada. O Bial eu nem imagino onde mora, mas o Edu e essa galera eu encontro todos os dias no escadão da comunidade eu sei bem onde mora. Edu é outro que também fez a opção de fazer do lugar onde mora a plataforma de onde ele deseja chegar, sem nunca sair da Rocinha que todos queremos lembrar. Esse é o meu Rio…
Quero falar do Morro do Alemão. Sei que lá tem educação e cultura. Aí um doido marrento chamado Júnior foi e levou o AfroReggae. Cultura, educação e arte. Sabe o resultado? Transformação social. Esse é meu Rio…
Teste 3
Quero falar de voz. Voz do povo clamando por mais paz, mais educação, mais gestos humanos com o Rio de tantos humanos. Quero falar de Rene Silva. O menino da Globo? Não, o menino do Voz das Comunidades. O menino que fez coisa de gente grande, e cresceu como gente que não pensa em ser grande, mas fazer daqueles ao seu redor, maiores ainda.
Quero falar de um Rio que dá certo, de um Rio vencedor. Quero falar do Rio do Rene, Renato, Júnior, Edu e Andarilho. Esses mostram que a arma é a educação. Esses sabem metralhar. Esse é o Rio que eu quero falar.