Total de mortes registradas em cartórios em abril, com a pandemia, NÃO foi menor que em 2019

Circula nas redes sociais uma imagem que mostra o número de mortes registradas pelos cartórios do Brasil em abril de 2019 e de 2020. Segundo o print, houve 99.610 óbitos

Total de mortes registradas em cartórios em abril, com a pandemia, NÃO foi menor que em 2019

Circula nas redes sociais uma imagem que mostra o número de mortes registradas pelos cartórios do Brasil em abril de 2019 e de 2020. Segundo o print, houve 99.610 óbitos em abril do ano passado, contra 99.588 no mesmo período deste ano. O que representaria que o número de abril deste ano teria sido menor, mesmo com a pandemia da covid-19. A fonte dos supostos dados seria do Portal da Transparência do Registro Civil. A informação é falsa.

O total de mortes registradas que aparece na imagem do post veio, realmente do Portal da Transparência do Registro Civil, mas os números deste ano estão desatualizados. Isso ocorre porque o envio das informações pelos cartórios não é imediato e, dependendo do caso, a comunicação dos óbitos pode demorar dias ou até semanas para ocorrer. Os dados disponíveis nesta sexta-feira (8) já indicavam um número maior de mortes em abril deste ano. Esse valor deve aumentar mais ainda com o passar dos dias, à medida que a plataforma receber novas informações.

Os números de abril de 2019 indicavam 99.657 registros, 47 a mais do que aparecem na imagem do post. Já em abril de 2020, o total subiu para 101.819, um aumento de 2.162 óbitos na comparação com o ano passado – e de 2.231 mortes em relação ao dado que aparece na imagem em circulação nas redes sociais. Uma nova consulta feita nos próximos dias no Portal da Transparência do Registro Civil deve mostrar uma diferença ainda maior em relação a 2019.

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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