São Paulo NÃO recebe 16 mil reais para cada registro de morte por Covid-19

Circula nas redes sociais que o estado de São Paulo está recebendo R$ 16 mil do governo federal para cada registro de morte por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

São Paulo NÃO recebe 16 mil reais para cada registro de morte por Covid-19

Circula nas redes sociais que o estado de São Paulo está recebendo R$ 16 mil do governo federal para cada registro de morte por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A afirmação tem circulado junto com um vídeo que exibe um homem mostrando o Diário Oficial do estado de 21 de março de 2020. O texto diz que qualquer cadáver deve ser considerado como potencial portador de infecção pelo vírus, independentemente da causa do óbito ou da confirmação feita por exames de laboratório. A informação é falsa.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que não está repassando verbas para cada registro de óbito por Covid-19 para os estados. O órgão realiza, de fato, transferências do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais, porém o repasse não está relacionado diretamente com as mortes por Covid-19. O governo de São Paulo afirmou que a informação que circula pelas redes não procede e que vem trabalhando incansavelmente no combate às “fake news”.

“Sabe por que que São Paulo está, cada dia mais, dobrando o número de mortes por Covid-19? É facinho. Pega o ‘Diário Oficial’ do poder Executivo do estado de São Paulo, vai pro dia 21 de março de 2020, baixa a página 5”
Trecho de fala em vídeo no Facebook. O texto falso sobre pagamento de R$ 16 mil para cada óbito de Covid-19 circula junto com um vídeo em que um homem não-identificado mostra uma parte do Diário Oficial do estado de São Paulo. Segundo ele, o texto publicado pelo veículo “provaria” que mortes de qualquer natureza estão sendo classificadas como Covid-19.

Teste 3

O homem atribui o aumento no número de óbitos em São Paulo a um trecho publicado na página 5 do Diário Oficial no dia 21 de março deste ano, que diz o seguinte: “Considerando que, segundo órgãos da Saúde Pública, durante a situação de pandemia, qualquer cadáver, independentemente da causa da morte ou da confirmação de exames laboratoriais deve ser considerado um portador potencial de infecção por Covid-19”. O narrador afirma que isso significa que o estado está “colocando na conta do vírus chinês” qualquer tipo de morte.

Trata-se de uma parte da Resolução 26 da Secretaria de Segurança Pública paulista, que estabelece as diretrizes para manejo dos casos de óbito na pandemia. O texto completo da norma apontada pelo homem no vídeo, contudo, diz apenas que, segundo “órgãos da Saúde Pública”, qualquer cadáver deve ser considerado como um potencial portador do vírus. Isso não significa que esses cadáveres sejam registrados como portadores de Covid-19, mas sim que devem ser examinados para verificar a presença do vírus.

Vale destacar ainda que em nenhum momento do vídeo o homem afirma que o estado está recebendo verba para cada registro de mortes da doença. Sendo assim, o texto e a gravação trazem informações diferentes, que não estão relacionadas diretamente.

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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