Grupo antifascista NÃO matou crianças incendiadas nos Estados Unidos

Circula nas redes sociais um vídeo que afirma que o Movimento Antifascista, conhecido como “Antifa”, teria ateado fogo em uma residência e, consequentemente, matado uma criança. A informação é falsa.

Grupo antifascista NÃO matou crianças incendiadas nos Estados Unidos

Circula nas redes sociais um vídeo que afirma que o Movimento Antifascista, conhecido como “Antifa”, teria ateado fogo em uma residência e, consequentemente, matado uma criança. A informação é falsa. Não há qualquer registro de que uma criança tenha sido assassinada durante “ato pró-democracia” atribuído ao Movimento Antifascista, conhecido popularmente como Antifa, nos Estados Unidos. Embora haja versões conflitantes sobre um incêndio em um edifício na cidade de Richmond, Virgínia, em nenhuma delas é citada a morte de algum indivíduo.

No dia 30 de maio, segundo dia de protestos pelo assassinato de George Floyd por um policial, um edifício de fato pegou fogo na cidade de Richmond, com pessoas dentro. Mas o caso foi relatado de forma diferente pelo Departamento de Polícia e pelo Corpo de Bombeiros da cidade. Entretanto, não existe registro da morte de uma criança em nenhum dos dois relatos.

Em vídeo publicado na página oficial do Twitter da Polícia de Richmond, o Chefe de Polícia William Smith acusou os manifestantes de colocar fogo intencionalmente no prédio. Contudo, ele diz que os agentes dos bombeiros conseguiram entrar no local e que as pessoas que estavam dentro do prédio foram resgatadas.

Teste 3

O tenente do Corpo de Bombeiros, Christopher Amstrong, apresentou uma versão diferente da situação. De acordo com ele, o chamado de emergência recebido sobre um incêndio na Rua Broad se referia, na verdade, a um veículo em chamas localizado na Rua North Monroe. O fogo se iniciou no carro e se espalhou para o exterior de um edifício próximo, sem atingir a parte interna. Amstrong disse que quando os agentes chegaram no local, encontraram um pai e um filho em segurança do lado de fora do prédio.

Segundo Armstrong, o Corpo de Bombeiros de fato encontrou resistência para chegar no local do incêndio, mas por causa de latas de lixo pegando fogo. De acordo com o tenente, apenas um único manifestante se recusou a abrir caminho para o caminhão passar. Contudo, algumas pessoas se juntaram a ele depois que o caminhão estava parado, e atiraram objetos contra o caminhão. De acordo com o bombeiro, não é possível determinar se o incêndio foi ou não intencional.

O site de checagem norte-americano Snopes verificou uma afirmação similar, e questionou os dois oficiais sobre suas diferentes versões do caso. O Departamento de Polícia de Richmond respondeu apenas que “não tem detalhes da ação, pois todos estão extremamente ocupados com os protestos”. O jornal The Washington Post publicou as diferentes versões sobre o caso.

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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